Atleta de VG ganha bolsa de ensino de beisebol no Japão e faz rifa para viajar | …

Arquivo Pessoal

Lucas Carneiro - especial beisebol

Natural do bairro São Matheus, em Várzea Grande, o biomédico Lucas Carneiro esconde a habilidade com o beisebol por trás dos trabalhos na saúde. O atleta é apaixonado pelo esporte nipônico desde 2012, quando o teve o primeiro contato com a modalidade, e hoje dedica-se às categorias de base na Associação Nipo-brasileira de Cuiabá e Várzea Grande em seu tempo livre. A fim de dar mais qualidade ao esporte, que já é fraco em adeptos em Mato Grosso, Lucas foi selecionado para uma bolsa de um curso de treinador de beisebol no Japão.

Em maio, o atleta parte para a cidade de Kochi, no distrito de Shikoku, onde passará um mês em imersão de ensino de beisebol. Além de Lucas, um atleta de São Paulo também irá participar do curso promovido pela Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA). Os outros participantes são de países como Chile, Argentina, Peru, Paraguai e Bolívia.

Lucas Carneiro conheceu o beisebol em meados de 2012, quando ainda jogava futsal na escola. Após receber o convite para conhecer a escolinha de beisebol na filial da Associação em Várzea Grande, ele continuou indo todos os sábados até os tacos e o uniforme azul do VG Spartans tomarem um lugar especial em sua rotina. Hoje, Lucas tem 26 anos e conta que, quando não está no serviço, envolve-se com o beisebol como pode.

“Eu comecei com treze anos e gostei. Fui treinando, a gente foi jogando pra fora, foi participando de torneios e aí fiquei e estou até hoje. Atualmente, graças a Deus, sou formado, tenho o meu serviço e o meu tempo [livre] é o beisebol. Eu gasto meu tempo com o beisebol, porque foi o que me deu incentivo”, comenta.

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Lucas Carneiro - especial beisebol

Por volta de 2012, logo quando o caminho de Lucas se cruzou com o do beisebol, a Associação Nipo-brasileira em Várzea Grande recebia treinadores japoneses para fortalecer as categorias de base por meio da JICA. Lucas esteve desde o início do projeto até que, com a pandemia da Covid-19, os treinadores tiveram que voltar para o Japão.

Desde então, o várzea-grandense esteve à frente dos Spartans e, neste ano, terá a oportunidade de aumentar o nível técnico dos atletas com a participação no curso. Ainda que o equipamento seja pouco e já gasto, alguns talentos descobertos pela escolinha de beseibol já foram parar na Seleção Brasileira e na Major League Baseball (MLB), a principal liga de beisebol dos Estados Unidos.

Eu cresci no bairro São Matheus, em Várzea Grande, e muitos amigos com quem eu convivia quando criança não estão em um caminho bom. Então, [o beisebol] foi o que me incentivou a estudar

Beisebol e a cultura japonesa

O beisebol possui origem estadunidense, mas é muito popular nos países asiáticos, como Japão e Coreia do Sul. Em Mato Grosso, o esporte chegou na década de 50 por meio de incentivos para a colonização do norte do estado. Cerca de 200 famílias japonesas vieram de São Paulo e do Paraná para cultivar seringa e pimenta-do-reino na área do município de Feliz Natal (a 511 km de Cuiabá). Dessa forma, o tempo livre dos agricultores era aproveitado para jogar beisebol nos campos improvisados da lavoura.

Durante os 30 dias de curso no Japão, o objetivo de Lucas é “sugar” os ensinamentos dos técnicos da agência e aplicá-los em Mato Grosso. Com o retorno das categorias de base, Lucas deseja dar mais qualidade aos treinos para descobrir mais talentos e encaminhá-los no esporte.

“A gente não pode perder a escolinha, porque tem muitas crianças que têm vontade de participar, mas pode vir de família muito pobre, que não tem nada, mas tem o talento. A gente está treinando as crianças de volta aos sábados, mas ainda não tem nada oficial, porque estamos correndo atrás de alguns projetos para incentivo”, conta.  

Rifa

Lucas parte para o Japão em maio. Mesmo com a bolsa, ainda existem custos que o atleta precisa cobrir. Por essa razão, ele organizou uma rifa de um boné dos Spartans e de uma luva de batedor para custear as despesas com o visto e passagem aérea até São Paulo ou Brasília, pois a bolsa cobre a saída de um aeroporto internacional. Além disso, Lucas incluiu no custo da rifa a aquisição de equipamentos para a escolinha, como tacos e equipamentos de proteção.

Geovanna Torquato

Lucas Carneiro - especial beisebol

Para o atleta, o beisebol significa mais do que os campeonatos ganhos e jogadas bonitas. O esporte foi o responsável pela sua dedicação aos estudos e por dar uma opção de vida.

“Não foi só eu, foram vários. Eu cresci no bairro São Matheus, em Várzea Grande, e muitos amigos com quem eu convivia quando criança não estão em um caminho bom. Então, [o beisebol] foi o que me incentivou a estudar, desde a associação falar que eu tinha que estudar, e depois aproveitar o tempo que eu tinha no beisebol”, finaliza.

Para ajudar com a rifa do Lucas, basta entrar em contato no número (65) 99933-7518. Cada número custa R$ 20.



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