Nesta terça, o Banco Central divulgou a ata do Copom a respeito da decisão pela manutenção da taxa de juros em 13,75%. Na semana passada, o Copom manteve a taxa básica de juros pela quinta vez seguida. Mais uma vez, em tom duro, o comitê afirmou que não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como o esperado.
O head de renda variável e sócio da A7 Capital, andré Fernandes,reforça que o texto também citou que a harmonia entre política monetária e fiscal reduz distorções do mercado. “Com isso, acredito que o COPOM passa a bola para o governo, dando o recado de que um arcabouço fiscal crível pode reduzir as incertezas, o prêmio de risco e melhorar as expectativas da inflação”, diz.
“Caso o arcabouço agrade o mercado quando for divulgado, tomando como histórico o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que no passado aguardou a votação da reforma da previdência para começar a cortar a SELIC em 2019, é possível um movimento parecido para a próxima reunião do COPOM caso o arcabouço seja divulgado a tempo. Esperamos SELIC para o fim do ano entre 12,50% e 12,75%”, comenta Fernandes.
Já o especialista em renda fixa e sócio da Quantzed, Ricardo Jorge, diz que, a ata veio em tom um pouco menos duro do que o comunicado divulgado na semana passada. “A diferença entre o comunicado e a ata é que a ata é um documento mais completo em que eles têm a oportunidade de justificar mais pontos com detalhes. O Banco Central segue demonstrando preocupação com a aceleração dos preços e pontua com relação ao risco de crédito. Ele é bem claro no que diz respeito ao compartilhamento das responsabilidades. Deu a entender que o governo precisa trabalhar junto com o Banco Central para atingir um objetivo em comum”, explica.