Argentina tem 2º superávit mensal após corte de gastos, mas sofre com pobreza e inflação


Superávit fiscal primário foi de 1,23 trilhão de pesos (US$ 1,45 bilhão) em fevereiro, informou o ministro da Economia argentino. País tem, no entanto, pior inflação do mundo. Posse do presidente Javier Milei em Buenos Aires em 10 de dezembro de 2023
Agustin Marcarian/REUTERS
A Argentina registrou um superávit fiscal primário de 1,23 trilhão de pesos (US$ 1,45 bilhão) em fevereiro, informou o ministro da Economia do país, Luis Caputo, nesta sexta-feira (15). Esse foi o segundo mês consecutivo de superávit no país após anos de déficits regulares.
Na tentativa de controlar a inflação elevada, o presidente ultraliberal Javier Milei implementou medidas de austeridade, incluindo cortes dolorosos nos gastos do Estado, reduzindo subsídios e podando o setor público.
Caputo, da Economia, acrescentou que os dois primeiros meses de 2024 registraram um superávit fiscal de 3,24 trilhões de pesos, representando 0,5% do produto interno bruto (PIB).
O superávit fiscal financeiro — que inclui pagamento líquido de juros sobre a dívida pública — foi de 338,1 bilhões de pesos no mês e, cumulativamente, 856,5 bilhões de pesos nos dois primeiros meses do ano.
Ao mesmo tempo, o país sofre com a pobreza e uma inflação altíssima. (Leia mais abaixo)
O governo registrou “dois meses consecutivos de superávit financeiro pela primeira vez desde o início de 2011, acumulando um superávit após os juros de quase 0,2% do PIB nos dois primeiros meses de 2024”, informou o ministério em um comunicado.
O governo Milei tem como meta um déficit fiscal financeiro “zero” este ano, parte das metas econômicas acordadas com o Fundo Monetário Internacional, com o qual o país tem em andamento um programa de empréstimo de 44 bilhões de dólares.
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Inflação e pobreza
Enquanto isso, a inflação da Argentina subiu 13,2% em fevereiro, informou o Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec) do país na última terça-feira (12). Com o resultado, o aumento dos preços chegou a 276,2% em 12 meses.
Apesar da alta, o número representa uma desaceleração em comparação ao observado em janeiro, quando os preços subiram 20,6%.
Os novos dados do índice de preços também consolidam a posição da Argentina como o país com a pior inflação do mundo. O cenário tem prejudicado o poder de compra e aumentado a pobreza — que alcança 45% da população, segundo dados oficiais.
Um estudo, inicialmente publicado pelo jornal Ámbito Financiero, projeta números ainda maiores: 57,4% dos argentinos vivendo abaixo da linha de pobreza, mais de 26 milhões de pessoas.
* Com informações da Reuters e da agência France Presse

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