Suprimentos entregues por 12 caminhões seguirão para regiões mais ao norte, Beit Lahiya e Beit Hanoun, próximo da fronteira com Israel. Imagem aérea mostra edifícios destruídos pelos ataques aéreos israelenses no campo de refugiados palestinos de Jabalia, no norte da Faixa de Gaza, em 11 de outubro de 2023, quatro dias após o início da guerra
Yahya Hassouna/AFP
Pela primeira vez em quatro meses, caminhões de ajuda humanitária chegaram à Cidade de Gaza e ao campo de refugiados de Jabalia, na Faixa de Gaza, segundo a imprensa palestina. Os suprimentos entregues por 12 caminhões no sábado (16) seguirão para regiões mais ao norte: Beit Lahia e Beit Hanoun.
Segundo o Home Front, meio de comunicação ligado ao Hamas, a ajuda foi distribuída pelos “Comitês Populares”, um grupo que inclui os líderes de clãs influentes em Gaza. Uma fonte do Hamas disse à Reuters que a rota usada para que a ajuda chegasse ao norte foi protegida pelo próprio grupo.
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A região norte foi duramente atingida desde o começo da guerra. Agências humanitárias relatam situações críticas em hospitais na região e a morte de crianças por subnutrição e desidratação.
A crise da fome aumentou a pressão internacional sobre Israel. Com uma guerra em curso há mais de cinco meses e mais de 31 mil mortos em ataques israelenses, a comunidade internacional espera que os próximos dias tragam novas negociações para um cessar-fogo e para a troca de reféns.
Palestinos caminham entre destroços na cidade de Beit Lahia, no norte da Faixa de Gaza
AFP
A chegada de ajuda humanitária no norte coincide com a retomada das negociações por cessar-fogo lideras por David Barnea, chefe da Mossad, o serviço de inteligência israelense, que deve se encontrar com mediadores, entre os quais estão o primeiro-ministro do Catar e autoridades egípcias.
Os detalhes do plano israelense de cessar-fogo serão discutidos no Catar. De acordo com a Reuters, a retomada das negociações é uma resposta direta à proposta do grupo terrorista Hamas que previa uma troca de prisioneiros em duas etapas e que culminaria em um cessar-fogo permanente.
Ataque de Israel contra Rafah
Na sexta, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, aprovou planos do Exército para invadir Rafah, cidade no sul da Faixa de Gaza que é considerada o último refúgio de cerca de 1,5 milhão de palestinos.
A invasão a Rafah causa preocupação na comunidade internacional. O porta-voz da Organização das Nações Unidas (ONU), Stephane Dujarric, expressou temor pela notícia: “As consequências de uma operação militar em Rafah nas atuais circunstâncias seriam catastróficas para os palestinos em Gaza, seria catastrófica para a situação humanitária. Esperamos que tudo isso possa ser evitado”, disse. O diretor da OMS também se manifestou no mesmo sentido.
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O chanceler alemão, Olaf Scholz , em passagem pela Jordânia, disse que um ataque a Rafah tornaria a paz regional “muito difícil” e que os esforços agora visavam “garantir que chegássemos a um cessar-fogo duradouro”.
Netanyahu rejeita a pressão internacional. Neste domingo, o primeiro-ministro israelense disse que continuaria com a campanha militar contra o Hamas em Gaza e que avançaria contra Rafah enquanto as negociações de cessar-fogo deveriam ser retomadas.
“Vamos operar em Rafah. Isto levará várias semanas e vai acontecer”, disse sem esclarecer se o ataque duraria semanas ou começaria em semanas.
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Os aliados de Israel instaram repetidamente Netanyahu a não atacar Rafah sem um plano para proteger os civis —plano que o israelense diz ter, mas que não foi detalhado até a última atualização da reportagem.
Netanyahu atacou a pressão dos aliados, dizendo: “Suas memórias são tão curtas? Vocês se esqueceram tão rapidamente do 7 de outubro, o mais horrível massacre de judeus desde o Holocausto? Vocês são tão rápidos em negar a Israel o direito de se defender contra o Monstros do Hamas?”.
O objetivo de guerra declarado de Israel é exterminar o Hamas e, para o governo israelense, isso só será possível se houver um ataque a Rafah. Veja antes e depois da cidade.
Infográfico mostra limites entre Faixa de Gaza, Rafah, Israel e Egito.
Editoria de arte/g1
A proposta do Hamas
O Hamas apresentou esta semana uma nova proposta de cessar-fogo aos mediadores e ao aliado de Israel, os Estados Unidos. Os repetidos esforços para chegar a um cessar-fogo e à troca de reféns por prisioneiros fracassaram este ano, apesar da crescente pressão internacional sobre o custo humano do ataque terrestre e aéreo de Israel a Gaza.
A guerra começou em 7 de outubro de 2023, quando o Hamas promoveu um ataque terrorista contra a Israel, matando 1.200 pessoas, a maioria civis, e fazendo 253 reféns, de acordo com os registros israelenses.
A campanha militar de Israel em resposta ao ataque matou mais de 31.500 palestinos, cerca de 70% deles eram mulheres e crianças, segundo o ministério da saúde em Gaza, controlada pelo Hamas.
A proposta apresentada pelo Hamas, a qual Israel pretende responder com as negociações do chefe do serviço de inteligência israelense no Catar, previa a interrupção temporária das hostilidades em duas etapas, segundo documento ao qual a Reuters teve acesso.
Na primeira, mulheres (incluindo recrutas), crianças e idosos israelenses seriam libertados em troca de 700 a 1000 prisioneiros palestinos —entre os quais há 100 que cumprem pena de prisão perpétua.
Ainda de acordo com a proposta, após a primeira etapa, o Hamas aceitaria discutir uma data para um cessar-fogo permanente.
Um prazo para a retirada israelense de Gaza seria acordado após essa primeira etapa, seguido pela libertação de todos os reféns de ambos os lados.
Netanyahu já disse que a proposta se baseava em “demandas irrealistas”, mas uma autoridade palestina familiarizada com os esforços de mediação disse que as chances de um acordo pareciam melhores com o Hamas dando mais detalhes sobre a proposta de troca de prisioneiros.
“Os mediadores sentiram-se positivos em relação à nova proposta do Hamas. Alguns em Israel sentiram que o grupo fez alguma melhoria na sua posição anterior e agora está nas mãos apenas de Netanyahu dizer se um acordo é iminente”, disse o responsável, que pediu não para ser identificado.
Fonte
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