A Kaspersky dará início ao processo de encerramento da sua operação nos Estados Unidos no próximo sábado (20), conforme revelou o BleepingComputer na segunda-feira (15). Em junho, a empresa especializada em produtos de segurança cibernética foi proibida de continuar atuando no país pelo Departamento de Comércio americano.
Em comunicado enviado à publicação, a companhia sediada na Rússia disse que as decisões tomadas pelo governo de Joe Biden inviabilizam a continuidade de seus negócios no território americano. Dessa forma, ela optou por encerrar as atividades gradualmente, a partir do dia 20.
A empresa é acusada de coletar dados sensíveis dos usuários que poderiam ser usados pelo governo russo.Fonte: Getty Images/Reprodução
“A decisão e o processo seguem a determinação final do Departamento de Comércio dos EUA, proibindo a venda e a distribuição de produtos Kaspersky nos EUA. A empresa examinou e avaliou cuidadosamente o impacto dos requisitos legais dos EUA e tomou essa decisão triste e difícil, já que as oportunidades de negócios no país não são mais viáveis”, justificou a marca russa.
A fornecedora de antivírus e outras soluções de segurança também confirmou que demitirá todos os funcionários contratados localmente, mas sem revelar a quantidade de profissionais impactados. Rumores indicam que isso deve afetar pelo menos 50 pessoas.
Governo alega riscos à segurança nacional
O banimento da Kaspersky nos EUA foi motivado por riscos de espionagem, com a suspeita de que dados coletados pelos softwares poderiam ser usados em ataques cibernéticos supostamente apoiados pelo governo russo. Segundo as autoridades, investigações apontaram que as operações da empresa apresentavam um “risco de segurança nacional”.
Ainda conforme o Departamento de Comércio, a única forma de eliminar tais riscos seria uma proibição total da companhia russa. Ela foi impedida de vender seu antivírus no território americano e enviar atualizações a partir do dia 29 de setembro, por ameaças à cibersegurança do país.
Pessoas e empresas que continuarem a usar o software e os serviços da Kaspersky deverão “assumir todos os riscos de segurança cibernética associados a isso”, afirmou o órgão. Na ocasião, a companhia negou qualquer tipo de prática criminosa e comentou que iria recorrer da decisão.