Christiano Antonucci/Secom
O governador Mauro Mendes (União Brasil), que encampou a bandeira da necessidade de leis mais duras no país, avalia que realizar somente ação social e educativa, não retira o bandido da vida pregressa. Ele pondera que, nos dias atuais, as pessoas perderam o medo da Justiça, das policias, e sentem-se “seguras” para praticarem crimes, diante da impunidade.
A declaração faz referência à fala da ministra das Mulheres, Cida Gonçalves que, durante visita a Cuiabá, defendeu a necessidade de mais empenho dos estados no combate ao crime de femicídio e criticou o alto índice de mulheres mortas em Mato Grosso. Ontem, inclusive, houve mais uma vítima de feminicídio do Estado. Lediane Ferro da Silva, de 43 anos, foi brutalmente assassinada em Peixoto de Azevedo (a 674 km de Cuiabá).
O governador argumenta que, embora Mato Grosso seja um dos mais violentos para as mulheres, tem se empenhado na redução dos índices. “Nós estamos fazendo tudo que é possível, mas ajudaria muito se a gente tivesse leis melhores mais severas para combater esse crime contra mulheres, mas qualquer outro tipo de crime neste país”. Nesta linha, defende, entre outras coisas o projeto pacote antifeminicidio da senadora Margareth Buzetti.
Ao ser questionado se isso é reflexo de uma ampliação de ações sociaiss, ele rechaçou. “Não é só ação social. Ação social não combate bandido. Nós estamos fazendo ações sociais, ações educativas, mas as pessoas nesse país e em Mato Grosso, perderam o medo da Justiça, medo da polícia e o medo de praticar crimes. Esse é o grande problema do país”, declarou o chefe do Executivo.
Em coletiva o chefe do Paiaguás salientou ainda que o Governo seguirá com ações sociais e investimentos na área da Segurança Pública, no entanto, o trabalho deve ser em uma via de mão dupla, por meio do Congresso Nacional, para que haja o enrijecimento das leis, visando a garantia da ordem e controle sobre a onda crescente de violência, seja contra as mulheres ou outros crimes.
“Podemos continuar investindo? Podemos e vamos continuar investindo em tudo aquilo que é obrigação do Poder Executivo. Porém, tenho muito claro, para mim, que se não mudarmos a forma como o cidadão olha para a Justiça e para o aparato policial desse país, pouca coisa vai mudar”, completou.