Apesar do clima de 'tensão e medo', brasileiros na Faixa de Gaza 'estão bem', diz embaixador


Alessandro Candeas afirmou que a embaixada na Palestina conseguiu contato com grupos em Rafah e Khan Younes neste sábado. Ao todo, 34 pessoas pediram ajuda do Brasil para deixar a região. Gabriel Chaim mostra situação em cidade perto de Gaza
O embaixador do Brasil na Palestina, Alessandro Candeas, informou neste sábado (28) que os brasileiros que estão na Faixa de Gaza “estão bem”, apesar do “clima permanente de tensão e medo” na região.
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Forças israelenses bombardeiam Gaza desde o fim de semana de 7 de outubro, quando o grupo terrorista Hamas fez ataques contra Israel. Nos últimos dias, Israel intensificou a operação militar por terra em Gaza. Em razão da ofensiva israelense, os serviços de telecomunicação na Faixa de Gaza foram prejudicados.
Segundo Candeas, apesar disso, a embaixada conseguiu fazer contato com os dois grupos que estão na Faixa de Gaza – um na cidade de Rafah, na fronteira com o Egito, e outro em Khan Younes.
De acordo com o embaixador, os brasileiros estão com alimentos, água e gás para os próximos dias. E solicitaram ajuda para a aquisição de mais mantimentos. Os preços, afirma Candeas, “quase triplicaram”.
“Conseguimos hoje contato com os brasileiros de Rafah e Khan Younes. O motorista contratado pelo nosso escritório também foi a Khan Younes verificar, in loco, a situação […] Pediram que comprássemos alguns mantimentos a mais, para o que estamos disponibilizando recursos”, disse Candeas.
Conforme a embaixada brasileira, 34 pessoas procuraram o governo para deixar a Faixa de Gaza rumo ao Brasil:
24 brasileiros
7 palestinos em processo de imigração
3 palestinos familiares próximos dos brasileiros que darão início à imigração
Ainda segundo a embaixada, 18 dessas pessoas estão em Rafah, sendo 9 crianças, 5 mulheres e 4 homens.
As outras 16 estão em Khan Younes, cidade também no Sul da faixa, mas um pouco mais distante da fronteira egípcia. São 9 crianças, 5 mulheres e 2 homens.
Casas destruídas por ataque israelense em Khan Younis, na Faixa de Gaza, nesta sexta-feira (27).
Mohammed Salem/Reuters
Resgate
O plano do governo do Brasil é embarcar essas pessoas que estão na Faixa de Gaza em um avião da FAB na cidade egípcia de Arish, a 53 km da fronteira. O problema é que a passagem ainda não foi aberta pelo Egito para a saída dos brasileiros.
Enquanto a fronteira com o Egito não é aberta, uma aeronave da Presidência da República modelo VC-2, com capacidade para 38 pessoas, aguarda no Cairo para repatriar os brasileiros.
Ao todo, segundo o governo, 1,4 mil brasileiros já foram repatriados da região em conflito – todos, de Israel.
Autoridades brasileiras têm mantido contato com integrantes do governo egípcio a fim de tentar convencê-los a abrir a fronteira. O ministro Mauro Vieira, por exemplo, já conversou por telefone ao menos duas vezes com o chanceler egípicio sobre o tema.
Paralelamente, como o Brasil comanda temporariamente o Conselho de Segurança da ONU, diplomatas têm tentado discutir uma resolução que garanta a abertura dos corredores humanitários no Egito.
O país sediou no último fim de semana uma cúpula a fim de discutir o tema, mas, segundo diplomatas brasileiros, ainda não há expectativa de abertura da fronteira.

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