Thaís Fávaro/Rdnews
Apesar de achar “branda” a punição dada pela Comissão de Ética da Assembleia Legislativa ao deputado Gilberto Cattani (PL), no caso da comparação entre mulheres grávidas e vacas prenhas, a deputada Janaina Riva (MDB) diz que a medida é simbólica e serve para mostrar que os tempos estão mudando.
“Para mim foi um momento simbólico porque eu nunca tinha visto isso aqui na Assembleia. Nunca vi deputado aqui ser punido por nada. É uma punição branda, mas é a primeira da história da Assembleia. É relevante para a gente ver que os tempos estão mudando […] até pouco tempo podia chamar a gente de vagabunda, de safada no Plenário e nada acontecia, como já aconteceu no passado palavras até piores, violências piores do que essa. Agora todo mundo já sabe que existe punição”, disse à imprensa nesta quarta-feira (13).
“Para mim foi um momento simbólico porque eu nunca tinha visto isso aqui na Assembleia. Nunca vi deputado aqui ser punido por nada. É uma punição branda, mas é a primeira da história da Assembleia”
Frisou a deputada Janaina Riva
No último dia 6, a Comissão de Ética decidiu, por três votos a dois, pela censura do deputado Gilberto Cattani como forma de punição no caso em que comparou mulheres grávidas a vacas prenhas.
Essa é a primeira vez na história de Mato Grosso que a AL censura um deputado. A decisão será publicada no Diário Oficial. Na prática a censura funciona como um repúdio às referidas atitudes do parlamentar.
Cattani pode ser submetido novamente à Comissão de Ética, agora com uma denúncia da vereadora Maysa Leão (Republicanos). A parlamentar acusa o deputado de incitar seus seguidores com uma publicação que dá a entender que ela defende estupradores.
Por conta da postagem, a parlamentar afirma que ela e sua filha estão sofrendo ameaças de estupro e que mesmo diante do pedido dela, Cattani preferiu não remover a publicação.
Janaina disse que, se for comprovado que a publicação instigou, ou houve alguma ameaça de estupro à vereadora, a “reincidência” de Cattani será levada em consideração.
“A gente entende que uma comissão como a nossa tem que ter uma advertência. Tudo bem na primeira vez, mas depois a gente tem que começar a avançar para que não aconteça mais, se não a gente não sai dessa pauta, apesar de acharem que é uma pauta ótima, politica, mas é muito desagradável internamente”, finalizou Janaina.