De acordo com um novo estudo publicado na revista científica Current Biology, nesta última terça-feira (27), ancestrais de humanos e dinossauros coexistiram durante um curto período de tempo. Os cientistas não estão falando da linhagem humana como é conhecida hoje, mas de um grupo ancestral incomum que viveu na mesma época dos dinossauros.
Uma equipe de pesquisadores das Universidades de Bristol e de Friburgo, na Alemanha, chegou ao resultado após estudar milhares de fósseis de mamíferos placentários, uma classe que incluí animais como cães, morcegos e até humanos. Os dados sugerem que eles viveram há cerca de 66 milhões, antes do asteroide chegar e causar o evento catastrófico.
Os dados moleculares dos fósseis sugerem que esses animais estavam vivos antes do evento de extinção em massa que ocorreu no período Cretáceo-Paleógeno (K-Pg). A análise confirma a existência de grupos de mamíferos placentários antes do asteroide, sugerindo que eles coexistiram com os dinossauros durante um breve período de tempo.
Apesar de acreditarem na existência de um ancestral dos humanos, os paleontólogos afirmam que o desparecimento dos dinossauros permitiu a evolução e diversificação da espécie.Fonte: Getty Images
“O modelo que usamos estima as idades de origem com base no momento em que as linhagens aparecem pela primeira vez no registro fóssil e no padrão de diversidade de espécies ao longo do tempo para a linhagem. Ele também pode estimar as idades de extinção com base nas últimas aparições quando o grupo está extinto”, explicou a coautora e representante da Universidade de Friburgo, Daniele Silvestro.
Humanos e dinossauros juntos?
De acordo com a principal autora do estudo e representante da Universidade de Bristol, Emily Carlisle, foram utilizados milhares de fósseis de mamíferos placentários. Desta forma, os cientistas conseguiram analisar os padrões de origem e extinção dos diferentes animais da época: assim, eles descobriram que um grupo de primatas ancestrais dos humanos evoluiu durante o período dos dinossauros.
Os cientistas afirmam que não sabem como seria a aparência dos nossos ancestrais placentários, contudo, provavelmente eles pareceriam pequenos esquilos. De qualquer forma, é importante destacar que as linhagens modernas de mamíferos placentários só começaram a surgir por conta do evento, pois estes grupos conseguiram se diversificar mais após a extinção em massa dos dinossauros.
“Infelizmente, não sabemos como seriam nossos ancestrais mamíferos placentários naquela época. Muitos dos primeiros fósseis de mamíferos placentários são criaturas bastante pequenas, como o Purgatorius — um dos primeiros ancestrais dos primatas — que era uma pequena criatura escavadora, um pouco como um musaranho. Portanto, é provável que muitos de nossos ancestrais fossem pequenos e se pareciam com esquilos”, disse Carlisle.