Alerta: onda de calor impacta o mundo

Verão - calor - sol

Uma “onda de calor” é um período prolongado com altas temperaturas sob uma mesma região. Durante uma onda de calor, as temperaturas diurnas e noturnas são significativamente mais altas do que as temperaturas médias esperadas para aquela época do ano na área.

As ondas de calor podem ser perigosas e podem causar problemas de saúde e situações de emergência, especialmente para populações vulneráveis, como idosos, crianças pequenas e indivíduos com condições médicas pré-existentes. Os problemas de saúde associados às ondas de calor incluem golpes de calor, exaustão pelo calor, desidratação e exacerbação de doenças respiratórias e cardiovasculares.

As causas das ondas de calor podem variar, mas geralmente estão associadas a um sistema de alta pressão que retém o calor em uma região e evita que ele se dissipe. As mudanças climáticas também podem contribuir para o aumento da frequência e intensidade das ondas de calor em algumas regiões.

Durante uma onda de calor, é essencial tomar precauções para se manter seguro e proteger a saúde:

  • Mantenha-se hidratado: beba muita água para evitar a desidratação.
  • Fique em lugares frescos: procure abrigo em espaços com ar condicionado ou ventilação adequada.
  • Limite a atividade física ao ar livre: evite atividades extenuantes em calor extremo.
  • Vista-se adequadamente: use roupas leves e largas para ajudar a se refrescar.
  • Proteja-se do sol: use protetor solar e use chapéus para evitar queimaduras solares.
  • Monitorar grupos vulneráveis: preste atenção especial a idosos, crianças e pessoas com problemas crônicos de saúde.
  • Mantenha-se informado: siga as previsões e alertas do tempo local.
  • As autoridades e os serviços de emergência costumam fornecer conselhos e recomendações específicas para lidar com uma onda de calor em cada região, por isso é crucial seguir suas instruções para se manter seguro e saudável durante esse tipo de evento climático extremo.

Segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM), o calor intenso está atingindo grandes partes do Hemisfério Norte neste verão de extremos. Novos recordes diários de temperatura da estação (verão) foram quebrados e é possível que alguns recordes ainda sejam quebrados.

“O clima extremo – uma ocorrência cada vez mais frequente em nosso clima em aquecimento – está tendo um grande impacto na saúde humana, ecossistemas, economias, agricultura, energia e abastecimento de água. Isso destaca a crescente urgência de reduzir as emissões de gases de efeito estufa o mais rápido e profundamente possível”, disse o secretário-geral da OMM, prof. Petteri Taalas.

Segue abaixo alguns registros dos últimas dias segundo a OMM:

Espanha

  • Figueres (Catalunha), 45,4 °C em 18 de julho (a temperatura máxima provisória de todos os tempos para a Catalunha, anterior era de 43,7 °C em Alcarràs/Lleida).
  • Málaga/Aeroporto, 44,2 °C em 19 de julho (empatado com a temperatura máxima anterior de todos os tempos em 18 de julho de 1978, recordes desde 1942)

França

  • Tiranges (Haute-Loire, 603 m), 40,6 °C (anterior: 40,2 °C, 07 de julho de 2015, recordes desde 01 de janeiro de 1983)
    Serralongue (Pirenéus Orientais, 700 m), 40,4 °C (anterior: 37 °C, 22 de agosto de 2012, recordes desde 01 de agosto de 1985).
  • Avrieux (Savoie, 1104m), 36,0°C (anterior: 35,6 °C, 11 de julho de 2023, recordes desde 01 de outubro de 1948).

Itália

  • Licata (Sicília), 46,3 °C, em 18 de julho.
  • Riesi (Sicília), 45,8 °C, em 18 de julho.
  • Decimomannu (Sardenha), 45,9 °C, em 19 de julho.

Na Áustria, o Sonnblick Observatorium, a 3109 m, registrou 15,7 °C em 11 de julho, a temperatura mais alta desde o início dos registros em 1886 (o recorde anterior era de 15,3 °C em 30 de junho de 2012).

Prevê-se que o calor continue nos próximos dias nos países da bacia do Mediterrâneo central e oriental. Os serviços meteorológicos e hidrológicos nacionais da França, Itália, Grécia, Bósnia-Herzegovina, Croácia, Montenegro, Macedônia do Norte e Sérvia emitiram alertas laranja e vermelho para altas temperaturas nos dias 20 e 21 de julho. A previsão semanal sugere temperaturas acima do normal, superiores a 3 °C durante a próxima semana, principalmente em partes do leste do Mediterrâneo e norte da África.

O norte da África também está sofrendo altas temperaturas. Por exemplo, o serviço meteorológico marroquino emitiu um alerta vermelho para calor extremo no sul do país em 13 de julho, com temperaturas máximas de 44 °C a 49 °C. Ele atualizou isso em 16 de julho, com temperaturas variando de 38 °C a 47 °C nas áreas central e norte.

No fim de semana de 15 a 16 de julho, alertas e alertas de calor excessivo cobriram mais de 100 milhões de pessoas com “calor perigoso e sufocante”, especialmente em grande parte do oeste dos EUA.

As áreas de risco no sudoeste dos EUA incluem a Califórnia, o sul de Nevada e o Arizona. No centro-sul e sudeste dos EUA, os valores máximos do índice de calor podem chegar perto ou exceder 110 ° Fahrenheit (43 °C). Muitas partes da Flórida, incluindo a cidade de Miami, foram atingidas por uma onda de calor recorde.

Phoenix, Arizona, sofreu uma longa faixa de temperaturas acima de 100°F (37,8 °C). Isso continuará, com temperaturas máximas diurnas de pelo menos 116°F (46,7 °C) até sexta-feira (21) e baixas temperaturas noturnas de mais de 90 °F (32,2 °C), de acordo com o Serviço Nacional de Meteorologia. Phoenix, Arizona, teve 9 dias consecutivos com temperaturas BAIXAS durante a noite iguais ou superiores a 90 °F (34,4 °C):

No Canadá, incêndios florestais recordes continuam queimando grandes áreas florestais. Mais de 500 incêndios florestais estavam fora de controle em 11 de julho. De acordo com o Canadian Interagency Forest Fire Centre, mais de 9 milhões de hectares já queimaram em 2023 – em comparação com a média de 10 anos de cerca de 800.000 hectares.

A estação meteorológica de Sanbao, na cidade de Turpan, na província chinesa de Xinjiang, teve uma temperatura de 52,2 °C em 16 de julho, estabelecendo um novo recorde nacional de temperatura, de acordo com um relatório da Administração Meteorológica da China.

Esses efeitos são uma combinação de três fatores atuando simultaneamente:

  • EL NIÑO
  • OCEANOS MAIS AQUECIDOS EM DIVERSAS PARTES DO GLOBO
  • MUDANÇAS CLIMÁTICAS ( AQUECIMENTO GLOBAL)

Fonte: NOAA - Manchas em amarelo/laranja/vermelho significam que as águas superficiais dos oceanos estão mais quentes que o normal para o período. Note que as águas quentes dentro do círculo em destaque no centro da imagem, configuram o El Niño, em junho de 1997.

Fonte: NOAA – Manchas em amarelo/laranja/vermelho significam que as águas superficiais dos oceanos estão mais quentes que o normal para o período. Note que as águas quentes dentro do círculo em destaque no centro da imagem, configuram o El Niño já em curso em junho deste ano. Destaque para as demais áreas com aquecimento anômalo para o mesmo período do ano.

No Brasil Central (MT, GO, sul da região norte e boa parte do MATOPIBA) as temperaturas têm chegado a 35 ºC/37 ºC frequentemente, associados a ausência de chuvas essa época do ano, amplificam a evapotranspiração do solo e das plantas, o que prejudica o desenvolvimento das pastagens, lavouras em sequeiro e causa estresse térmico nas criações (bovinos, suínos, aves etc.).

E esta combinação não traz somente ondas de calor, o fato do planeta está mais aquecido significa que mais vapor d’água está fluindo na atmosfera e como consequência potencializa as tempestades que causam principalmente chuvas torrenciais, que causam danos graves e perda de vidas em várias partes do mundo. Cerca de 40 pessoas foram mortas quando chuvas torrenciais e enchentes atingiram a República da Coreia em 14 de julho. Inundações no noroeste da China mataram 15 pessoas, levando o presidente Xi Jinping a pedir maiores esforços para proteger o público do clima extremo.

No norte da Índia, estradas e pontes desabaram e casas foram varridas quando os rios transbordaram durante fortes chuvas de monções e inundações que mataram dezenas de pessoas. O estado montanhoso de Himachal Pradesh foi duramente atingido, assim como as regiões de Punjab, Rajastan e Uttar Pradesh. Nova Deli supostamente marcou seu dia de julho mais chuvoso em 40 anos, com 153 milímetros (6 polegadas) de chuva caindo em um dia. A Agência Meteorológica Japonesa (JMA) emitiu avisos de emergência de chuva forte na para as prefeituras de Fukuoka e Oita, em Kyushu, a terceira maior ilha do país.

Pois um novo recorde diário de precipitação foi registrado, choveu 376 mm no dia 10 de julho em Minousan e 361,5 mm em Hikosan, ambos na região de Kyushu. No nordeste dos EUA, partes da Nova Inglaterra estão enfrentando ainda mais chuvas torrenciais em solos saturados após as graves inundações no início de julho. Nova York emitiu um alerta de inundação afetando mais de quatro milhões de pessoas em 11 de julho.

A alguns dias atrás o sul do Brasil foi atingido pelo ciclone extratropical que causou sérios prejuízos.

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