Os agricultores do município de Santa Rita do Trivelato (MT) estão enfrentando perdas significativas diante da dificuldade para controlar a cigarrinha do milho, inseto vetor de patógenos causadores do enfezamento na planta. A presença da praga foi potencializada pela ‘ponte verde’, decorrente do cultivo do milho na safra de verão.
A situação vivida pelos produtores de Santa Rita do Trivelato é o tema do episódio 84 do Patrulheiro Agro desta semana.
Na fazenda do produtor rural Vilmar Piazza, parte da lavoura de milho segunda safra está comprometida pela doença. Uma consequência, segundo ele, do cultivo “fora de época” na propriedade vizinha, que acabou criando condições para a maior presença da cigarrinha no campo.
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“Aqui foi o milho pipoca da primeira safra, nada contra o milho pipoca, ele é uma cultura normal como qualquer outra. Mas tem que estar dentro dos padrões, e dentro da época de plantio correta, para não comprometer a própria primeira safra e a de segunda, como ocorreu aqui”, conta o produtor.
Investimentos em vão
Nesta safra, o produtor rural investiu em adubação, sementes de alto potencial produtivo e em todo o tratamento da cultura. Apesar do uso de tecnologias adequadas contra a cigarrinha do milho, ele conta que não conseguiu realizar o manejo definitivo, e que cerca de 30% da produção está comprometida, devido ao enfezamento.
“A praga já estava estabelecida e quando entramos com o milho safrinha, ela já estava no auge da infestação. Mesmo tendo usado a tecnologia adequada, não conseguimos controlá-la definitivamente. O efeito ocasionado pela cigarrinha está bem visível, ou seja a cigarrinha do milho já veio contaminada, imagino que esteja comprometida 30% da safra”, enfatiza Vilmar.
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Outro produtor rural da mesma região, Alecio Cesar Peleti, teve a lavoura prejudicada pela cigarrinha, comprometendo a expectativa de colher em média de 140 sacas por hectare. O agricultor já realizou duas aplicações com produtos biológicos e cinco com químicos para tentar conter o inseto, porém, não obteve os resultados esperados.
“Esse ano ela veio com força, veio pra derreter a lavoura, vai ter um prejuízo para você trabalhar mais uns três, quatro anos aí para você poder equilibrar as contas de novo, porque de um ano para o outro assim, você não consegue tirar”, afirmou o agricultor.
Implantação de um vazio sanitário não está descartada
O vice-presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Lucas Costa Beber, explica a importância de um estudo de mapeamento que visa a criação de um vazio sanitário para minimizar a presença da cigarrinha no campo.
“Os dados da Aprosoja-MT, servem como embasamento, para que seja feito o mapeamento para criação de um vazio sanitário. Para isso é necessário que os produtores sempre verifiquem principalmente essas áreas de milho primeira safra. E que nos notifiquem logo na instalação do milho nas áreas vizinhas, para que seja realizado o monitoramento dessas áreas seja na população de cigarrinhas”, enfatiza.