Acusado de matar casal, filho de ex-deputado não comparece em audiência

Após ter sido cancelada pela Justiça, a audiência de instrução do réu preso Carlos Alberto Gomes Bezerra aconteceu nessa segunda-feira (3). Ele responde pela morte de Thays Machado, de 44 anos, e de Willian César Moreno, de 30 anos, registradas em 18 de janeiro na Capital.

Thays e Willian mortos por Carlos Alberto Gomes Bezerra (reprodução)
Thays e Willian mortos por Carlos Alberto Gomes Bezerra, que confessou o crime. (Foto: Reprodução).

Das 8 testemunhas marcadas para serem ouvidas, 7 prestaram depoimento e o réu, que assumiu o crime durante depoimento à polícia, não compareceu à audiência.

De acordo com o TJ-MT (Tribunal de Justiça de Mato Grosso), o não comparecimento de Carlos foi uma solicitação da defesa após ele ter preferido “exercer seu direito de ficar calado”.

Segundo a juíza da 1ª Vara Especializada em Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de Cuiabá, Ana Graziela Vaz de Campos, que conduz o caso, o processo passará por análise do Ministério Público, depois para o assistente de acusação e, por fim, pela defesa do réu.

O prazo é de cinco dias para o MP, outros cinco para o assistente de acusação e a defesa apresentarem novos memoriais escritos. Após estes prazos o processo volta ao gabinete da magistrada.

Audiência cancelada

A audiência de Carlos Alberto, de 57 anos, filho do ex-deputado federal Carlos Bezerra (MDB), estava marcada para o dia 13 de março, mas foi cancelada pela Justiça após a defesa questionar a falta de laudos da perícia.

De acordo com Ana Graziela, a defesa chegou a entrar, inclusive, com um pedido de habeas corpus, que foi negado pela Justiça.

Relembre o caso

Thays e Willian foram assassinados no fim da tarde do dia 18 de janeiro deste ano, quando saíram de um prédio onde visitavam a mãe dela, no Bairro Alvorada, em Cuiabá. Carlos passou de carro e efetuou os disparos de arma de fogo. Os dois morreram na hora.

Thays havia feito um boletim de ocorrência contra Carlos e, de acordo com a polícia, o crime ocorreu quando ela estava no prédio para devolver o carro que havia emprestado da mãe, usado para buscar o namorado no aeroporto. Câmeras de segurança registraram as vítimas caminhando juntas momentos antes de serem assassinadas.

Carlos teve prisão em flagrante convertida em preventiva. (Foto: Reprodução)
Carlos teve prisão em flagrante convertida em preventiva. (Foto: Reprodução).

De acordo com o delegado Marcel, o acusado premeditou o assassinato e agiu por ciúmes, sendo motivado pela “emoção de vê-la se relacionando com outro homem”.

Os familiares de Thays foram ouvidos e afirmaram que o suspeito era “extremamente ciumento e possessivo”. Ele e a vítima mantinham um relacionamento há alguns anos, entre idas e vindas. O término mais recente havia ocorrida 45 dias antes do crime e ela estava com o novo namorado há menos de um mês.

Segundo descobertas da polícia, Thays Machado era monitorada pelo ex-namorado por meio de uma ‘central de controle’, com informações detalhadas do dia a dia da vítima.

Na casa do investigado, foram encontrados 71 prints de localizações dos lugares que a mulher frequentava. Carlos fazia o download no celular dele e, depois, imprimia a geolocalização. O investigado instalou os programas quando ainda se relacionava com a vítima.

Os investigadores encontraram ainda um caderno onde tinha as anotações com datas e locais que os aparelhos foram instalados. Assim, ele poderia saber até quanto tempo de bateria duraria os aparelhos de monitoramento.

Réu

Carlos Alberto Gomes Bezerra foi indiciado pela Polícia Civil, na dia 27 de janeiro, por assassinar o casal a tiros em Cuiabá. Já no dia 30 do mesmo mês, ele foi denunciado pelo Ministério Público de Mato Grosso por feminicídio qualificado contra Thays Machado e homicídio qualificado contra Willian Cesar Moreno.

Em fevereiro, a Justiça aceitou a denúncia e ele se tornou réu. Agora, aguarda julgamento.

Os investigadores encontraram ainda um caderno onde tinha as anotações com datas e locais que os aparelhos foram instalados. Assim, ele poderia saber até quanto tempo de bateria duraria os aparelhos de monitoramento.

Fonte

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *