A greve geral em Israel que pressiona Netanyahu por acordo com Hamas


Manifestantes criticam o governo de Benjamin Netanyahu e sua condução das negociações para a libertação dos reféns mantidos pelo Hamas desde 7 de outubro. Alguns voos no Aeroporto Ben Gurion, o principal de Israel, foram cancelados, e manifestantes bloquearam várias estradas do país
EPA-EFE/REX/Shutterstock
Uma greve geral organizada pela principal central sindical de Israel acontece nesta segunda-feira (2) em todo o país após um final de semana de protestos motivados por críticas ao governo de Benjamin Netanyahu e sua condução das negociações para a libertação dos reféns mantidos pelo Hamas desde 7 de outubro.
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Empresas, escolas e transportes foram afetados. Alguns voos no Aeroporto Ben Gurion, o principal de Israel, foram cancelados, e manifestantes bloquearam várias estradas do país.
A greve foi convocada pela central sindical Histadrut . O governo disse estar tomando medidas legais para bloquear a paralisação, que acusa de ter motivações políticas.
No domingo (1º), dezenas de milhares de pessoas se reuniram em diversas cidades do país após o anúncio da recuperação dos corpos de seis reféns no dia anterior.
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As Forças de Defesa de Israel (IDF, por sua sigla em inglês) identificaram os corpos encontrados como sendo de Carmel Gat, Eden Yerushalmi, Hersh Goldberg-Polin, Alexander Lobanov, Almog Sarusi e o sargento-mor Ori Danino.
Eles faziam parte das 251 pessoas que foram feitas reféns pelo Hamas durante o ataque de 7 de outubro do ano passado.
O ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, disse que o país “responderá com força total” após a recuperação dos corpos. Em uma publicação no X, Katz culpa o Hamas por suas mortes, dizendo que eles foram “brutalmente executados… para instalar medo e tentar fraturar a sociedade israelense”
Os protestos de domingo foram em grande parte pacíficos — mas multidões romperam as linhas policiais, bloqueando uma grande rodovia em Tel Aviv.
Os manifestantes — muitos carregando bandeiras israelenses — marcharam por Tel Aviv, Jerusalém e outras cidades, acusando o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e seu governo de não fazerem o suficiente para chegar a um acordo para garantir a libertação dos reféns restantes e bloquear um cessar-fogo com o Hamas.
No X, a organização que representa as famílias dos reféns e desaparecidos publicou uma lista de mais de 10 locais ao redor do país onde protestos ocorreriam nesta segunda. A maioria deles são estradas principais e cruzamentos ao redor de Tel Aviv e do norte do país.
Protestos de domingo foram em grande parte pacíficos, mas momentos de maior tensão foram registrados em Tel Aviv após manifestantes colocarem fogo em barricadas
Reuters/BBC
Netanyahu rejeita a ideia de que seu governo não esteja fazendo o bastante para resgatar os reféns. Ele diz que é o Hamas que está bloqueando um acordo e insiste que seus membros serão perseguidos e responsabilizados.
Peter Lerner, chefe da divisão internacional da Histadrut, disse em entrevista ao programa Newsday da BBC que uma greve geral era “necessária”.
“A necessidade de unidade, e não de divisão, em nossa sociedade e as exigências para restaurar a segurança do povo de Israel e das pessoas deslocadas internamente aqui em Israel exigiam uma greve geral”, disse.
O ataque do Hamas de 7 de outubro do ano passado foi o mais mortal da história de Israel. Cerca de 1.200 pessoas foram mortas e outras 251 foram feitas reféns, das quais 97 continuam desaparecidas.
O Exército israelense respondeu com uma ofensiva terrestre e aérea em Gaza para destruir o Hamas. Mais de 40.738 pessoas foram mortas desde então, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, administrado pelo Hamas.
Israel recupera corpos de seis reféns sequestrados pelos terrorista Hamas, em outubro do ano passado

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