Em busca de igualdade de gênero, Dinamarca quer obrigatoriedade do serviço militar para mulheres


Medida faz parte de plano que visa fortalecer defesa do país nos próximos 10 anos. Sioldados dinamarqueses treinam em campo em Oksboel, no oeste do país. (16/03/2023)
Mads Claus Rasmussen / AP
A proposta tem o apoio da maioria dos partidos do Parlamento da Dinamarca e deve ser votada em outubro deste ano. Atualmente, apenas os homens são obrigados a cumprir alistamento militar no país aos completarem 18 anos de idade.
A medida faz parte de um plano de investimento das Forças Armadas da Dinamarca no valor de 143 bilhões de coroas dinamarquesas (cerca de R$ 102 bilhões), e tem como objetivo fortalecer a defesa do país nos próximos 10 anos. O plano foi apresentado pelo Ministério da Defesa antes do recesso do parlamento dinamarquês, e aponta que o recrutamento obrigatório de mulheres pode ajudar o país a cumprir a cumprir seus requisitos de defesa na Otan.
Além disso, Copenhague quer aumentar o número de candidatos às Forças Armadas e à reserva. Com essa mudança, o governo espera uma redução do número de voluntários no serviço militar. Para o ministro interino da Defesa da Dinamarca Troels Lund Poulsen, a mudança será positiva para o país avançar na paridade de gêneros.
“Eu acredito que devemos ter um maior grau de igualdade no país, e vamos ter de definir mais detalhes sobre essa medida no parlamento”, declarou.
Maioria no Parlamento
A proposta deve ser votada na abertura do novo ano parlamentar, em outubro. Na Dinamarca, para que uma medida seja aprovada são necessários 90 votos de maioria simples.
O projeto tem o apoio de todos os partidos que compõe o Parlamento, com exceção do partido de ultradireita Democratas Dinamarqueses, liderado por Inger Støjberg. Ela é conhecida por ter atuado duramente contra os imigrantes e refugiados, quando foi ministra da Imigração, de 2015 a 2019.
“Precisamos reconhecer que existe uma diferença na força física entre mulheres e homens. É por isso que simplesmente não acho que deveríamos fazer o recrutamento do sexo feminino”, enfatiza a parlamentar.
Já o parlamentar Peter Have, do partido de centro os Moderados, vê o recrutamento feminino como um avanço. “Eu acredito que temos que definir o que é igualdade; a igualdade é um número ou devemos tratar as mulheres igualmente como os homens?”, questiona.
Vizinhos Escandinavos
O serviço militar pode ter de quatro meses a um ano de duração. Atualmente, as dinamarquesas podem ingressar voluntariamente, enquanto os homens geralmente são obrigados a servir se forem convocados por meio de um sistema de loteria. 
Até o momento, apenas 10 países recrutam homens e mulheres para o serviço militar obrigatório, como a Suécia e a Noruega, sendo a Noruega o primeiro país da Otan a introduzir o serviço militar obrigatório para mulheres como um ato de igualdade de gênero.

Fonte

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *