Uma operação realizada nesta terça-feira (17) prendeu sete pessoas, incluindo um delegado e mais três policiais civis suspeitos de atuar para o Primeiro Comando da Capital (PCC). Falta cumprir ainda um mandado de prisão contra mais um policial, considerado foragido.
Reprodução/TV Globo
Dinheiro e armas apreendidos durante operação da PF e do MP-SP contra policiais suspeitos de ligação com o PCC
Segundo as investigações, o esquema criminoso envolveria manipulação e vazamento de investigações policiais, venda de proteção a criminosos e corrupção para beneficiar um esquema de lavagem de dinheiro do PCC.
A ação é realizada pela Polícia Federal (PF) e promotores do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), com apoio da Corregedoria da Polícia Civil.
A Justiça decretou a prisão temporária dos investigados, buscas e apreensões em endereços relacionados a eles, e outras medidas cautelares, como bloqueio de contas bancárias e o sequestro de bens.
A operação é resultante do cruzamento de diversas investigações sobre o PCC, inclusive o assassinato do delator Vinícius Gritzbach, ocorrido em 8 de novembro, no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.
O delegado preso é Fabio Baena, que foi acusado por Gritzbach, em sua delação premiada, de extorsão. Na época, Baena comandava uma investigação em que o delator era suspeito de mandar matar dois integrantes do PCC.
Também foram presos os policiais Eduardo Monteiro, Marcelo Ruggeri e Marcelo “Bombom”. O policial que ainda está foragido é Rogério de Almeida Felício, e, segundo a reportagem apurou, também trabalha como segurança do cantor Gusttavo Lima.
Os demais presos suspeitos de envolvimento com o PCC são Ademir Pereira Andrade, Ahmed Hassan e Robinson Granger de Moura, conhecido como Molly. O advogado Daniel Bialski, que faz a defesa de Baena e de Monteiro, disse que considera a prisão de seus clientes abusiva, mas que só vai se pronunciar após ter acesso à decisão judicial que determinou a prisão.
O g1 tenta localizar a defesa dos outros presos.
Procurada, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo disse que a Corregedoria da Polícia Civil acompanha a operação e colabora com a PF e o MP.
As investigações apontam que a facção, com o apoio dessa organização criminosa, movimentou mais de R$ 100 milhões desde 2018.