O deputado estadual Carlos Avallone, presidente do PSDB em Mato Grosso, afirmou, nesta terça-feira (12), que irá propor um requerimento à Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) e encaminhá-lo ao Governo do Estado e ao Governo Federal, pedindo providências sobre o caso em que sua colega de partido e suplente de vereador, Santrosa, que foi decapitada em Sinop (a 480 km de Cuiabá), supostamente por membros de uma facção criminosa. Avallone disse acreditar que o requerimento será “aprovado pelos 24 deputados”.
“Temos que dar um basta nisso, é um absurdo o que vem acontecendo em Mato Grosso, na região Norte mais ainda: Sinop, Sorriso… É um desespero o que está acontecendo por lá e esse fato da decapitação dessa suplente de vereadora [Santrosa] é um fato muito estarrecedor, é uma mensagem de poder de dominação das facções para a sociedade e para as autoridades”, afirmou o deputado.
Rodinei Crescêncio
“Não é possível mais nós convivermos com isso. Essas execuções estão acontecendo lá [Sinop], mas também estão acontecendo em Sorriso, estão acontecendo em Cuiabá, estão acontecendo em Várzea Grande. A cada momento a gente vê isso acontecer e estamos todos estarrecidos”, afirmou o deputado.
Avallone relatou que, em suas idas aos bairros de Cuiabá, durante a campanha eleitoral de vereadores, viu jovens “expondo suas tornozeleiras [eletrônicas] com orgulho, com satisfação. Como se fosse um troféu que os valoriza perante a sociedade em que eles vivem”. O deputado destacou ainda que há uma “infiltração” do crime organizado em todo lugar e que mudanças são necessárias.
Sobre a rapidez da polícia em identificar que o crime teria sido cometido por uma facção criminosa e a possível relação com tráfico de drogas, Avallone disse ter conversado com o presidente do PSDB de Sinop, Diogo Rosas, e com o deputado estadual Adenilson Rocha (PSDB), que é de Sinop, e relatou que ambos falaram muito bem de Santrosa.
Segundo Avallone, afirmando que “ela teve uma postura muito boa durante a campanha, muito tranquila, falaram também do trabalho social que ela tinha lá, o ‘batidão’, para a comunidade dela e que ela tinha um enfrentamento, que discutia com o crime organizado de lá, com as facções de lá. Esse envolvimento que ela tinha com a sociedade, então poderia ser uma reação [da facção criminosa].
Avallone também afirmou ter conversado cerca de três vezes com o secretário-adjunto de Integração Operacional, Coronel PM Cláudio Fernando Carneiro, e foi informado que as investigações já descartaram que a motivação do crime esteja relacionada à política ou transfobia e que as forças policiais estão próximas de identificarem os suspeitos.
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Empresária, cantora e suplente de vereadora, Santrosa (PSDB): decapitada por membros de facção criminosa
O crime
De acordo com a Polícia Civil, Santrosa, que era uma mulher trans, havia saído de sua residência por volta das 11h de sábado (09) e não retornou. Familiares relataram que a vítima tinha um show marcado no período da noite, mas não compareceu.
Segundo as investigações, Santrosa foi morta em outro local e teve o corpo jogado em uma região de mata do município. A vítima tinha ferimentos pelo corpo e a Politec acredita que estava na região há cerca de 8h.