Fibromialgia e alimentação: 10 alimentos que podem agravar seus sintomas | …

Rodinei Crescêncio/Rdnews

 Doutor Fellipe Valle colunista ter�a - arte atualizada

A fibromialgia é uma condição crônica marcada por dor generalizada, fadiga, problemas de sono e, muitas vezes, dificuldades cognitivas. Embora suas causas não sejam totalmente conhecidas, fatores como genética, estresse e hábitos alimentares podem influenciar a intensidade dos sintomas. Em particular, certos alimentos parecem agravar o desconforto. Neste artigo, vamos destacar os principais alimentos que podem piorar os sintomas da fibromialgia.

1. Açúcar refinado e alimentos ricos em açúcar

O açúcar é um dos maiores vilões para quem sofre de fibromialgia. Ele aumenta a inflamação e os níveis de insulina, causando picos e quedas bruscas nos níveis de energia, o que pode agravar a fadiga. Além disso, o ganho de peso resultante do consumo excessivo de açúcar pode aumentar a pressão sobre as articulações. Evitar refrigerantes, doces e bolos ajuda a manter os níveis de energia mais estáveis e a reduzir a inflamação.

2. Carboidratos refinados

Alimentos como pão branco, massas e arroz branco têm alto índice glicêmico, o que provoca elevações rápidas de glicose no sangue e pode aumentar a inflamação. Carboidratos integrais, como pão integral e arroz integral, são opções melhores, pois liberam energia de forma mais gradual e reduzem os picos de insulina.

3. Glutamato monossódico (MSG)

O MSG é um aditivo alimentar encontrado em muitos alimentos processados e fast-food, e pode causar dor muscular em pessoas com fibromialgia devido à excitação excessiva das células nervosas. Evitar sopas instantâneas e temperos prontos, optando por alimentos frescos, pode minimizar esses efeitos.

4. Cafeína

Embora a cafeína ofereça um aumento de energia a curto prazo, seu consumo excessivo pode atrapalhar o sono, que já é um problema comum na fibromialgia. O sono de má qualidade piora a fadiga e a dor. Portanto, reduzir o consumo de café e energéticos, especialmente à tarde e à noite, pode ajudar a melhorar a qualidade do sono e a controlar os sintomas.

5. Álcool

O álcool pode agravar a fadiga e interferir com a qualidade do sono, além de potencialmente interagir com medicamentos usados no tratamento da fibromialgia. Alguns pacientes também relatam aumento da sensibilidade à dor após consumir bebidas alcoólicas. Reduzir ou eliminar o álcool pode ajudar a aliviar esses sintomas.

6. Produtos lácteos

Para algumas pessoas com fibromialgia, o leite e seus derivados podem causar inflamação e problemas digestivos. Embora sejam ricos em nutrientes, os laticínios podem ser substituídos por opções vegetais, como leite de amêndoa ou de coco, que são menos propensos a causar inflamação e desconforto digestivo em quem tem sensibilidade.

7. Carnes vermelhas e gorduras saturadas

As carnes vermelhas e alimentos ricos em gorduras saturadas, como embutidos e fast-food, estão associados ao aumento da inflamação e do estresse oxidativo, além de contribuir para problemas cardiovasculares. Substituir carnes vermelhas por fontes de proteína magra, como frango e peixes, é uma alternativa mais saudável.

8. Glúten

Alguns pacientes com fibromialgia observam melhora ao adotar uma dieta sem glúten, mesmo que não tenham doença celíaca. O glúten pode desencadear inflamação em pessoas sensíveis, o que pode piorar a dor. Alimentos à base de trigo, como pães e massas, podem ser substituídos por alternativas como farinha de arroz e farinha de coco.

9. Adoçantes artificiais

Adoçantes artificiais, especialmente o aspartame, podem agravar os sintomas em algumas pessoas com fibromialgia. O aspartame é um excitatório neurotóxico que pode aumentar a sensibilidade à dor. Optar por alternativas naturais, como a estévia, é uma escolha mais segura.

10. Alimentos processados e conservantes

Alimentos processados geralmente contêm conservantes e aditivos que podem aumentar a inflamação e agravar a dor. Evitar alimentos industrializados e preferir preparações caseiras pode ajudar a reduzir a exposição a esses ingredientes prejudiciais. Preparar refeições com ingredientes frescos, como frutas, legumes e carnes magras, é uma escolha mais saudável para controlar a fibromialgia.

11. Solanáceas

As solanáceas, que incluem batata, tomate, berinjela e pimentão, contêm compostos que podem causar inflamação em algumas pessoas com fibromialgia. Embora a relação entre esses alimentos e a piora dos sintomas não seja totalmente comprovada, algumas pessoas relatam alívio da dor ao evitá-los. Fazer um teste de exclusão desses alimentos por um período pode ajudar a identificar se eles pioram os sintomas.

Dicas para melhorar a dieta na fibromialgia

Além de evitar esses alimentos, adotar alguns hábitos saudáveis pode ajudar a controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida:

1. Alimentos anti-inflamatórios: Inclua alimentos ricos em ômega-3, como salmão, sardinha, nozes e sementes de chia, que possuem propriedades anti-inflamatórias e podem ajudar a reduzir a dor e o inchaço.

2. Consumo de fibras: Alimentos ricos em fibras, como frutas, vegetais e grãos integrais, ajudam a estabilizar os níveis de açúcar no sangue e promovem uma digestão saudável, reduzindo episódios de fadiga.

3. Hidratação adequada: A desidratação pode intensificar a dor e a fadiga. Manter-se hidratado é essencial para o bom funcionamento do organismo e para a sensação de bem-estar.

4. Frutas e vegetais frescos: Ricos em antioxidantes, esses alimentos combatem o estresse oxidativo, o que pode ser benéfico para quem convive com fibromialgia. Alimentos como morangos, brócolis, cenouras e espinafre são boas opções.

5. Evitar alimentos ultraprocessados: Além de terem poucos nutrientes, os alimentos ultraprocessados contêm aditivos e conservantes que podem agravar os sintomas. Preparar refeições caseiras é uma escolha mais saudável.

Conclusão

Embora a fibromialgia seja uma condição complexa e única para cada indivíduo, fazer ajustes na dieta pode ter um impacto positivo. Evitar açúcares refinados, carboidratos simples, alimentos com MSG, cafeína, álcool, laticínios e gorduras saturadas pode ajudar a controlar a dor e a fadiga. Além disso, adotar uma alimentação rica em alimentos anti-inflamatórios e antioxidantes pode contribuir para a redução dos sintomas e para uma melhor qualidade de vida. Consultar um nutricionista para personalizar a dieta é uma boa maneira de descobrir os alimentos que melhor funcionam para cada caso. 

Fellipe Ferreira Valle é formado em medicina pela Universidade de Medicina de Teresópolis -RJ, realizando posteriormente residência médica em ortopedia na Santa Casa de Belo Horizonte onde também realizou especialização em cirurgia do joelho e cirurgia do ombro e cotovelo. É também membro fundador da Sociedade Brasileira de Regeneração Tecidual e Socio efetivo da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia. Professor de medicina na UNIVAG e preceptor da residência de ortopedia da UNIC. Instagram :@dr.fellipe



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