Lula discursa na Cúpula do Futuro na sede da ONU, em Nova York
David Dee Delgado/Reuters
O presidente Lula vai subir o tom no seu discurso de abertura da Assembleia Geral da ONU nesta terça-feira (24) – em um ano em que o Brasil sofre com recordes de queimadas e enchentes.
O presidente brasileiro vai cobrar de seus colegas mudanças urgentes na agenda climática, porque o cenário mais grave chegou mais cedo do que se previa e atingiu em cheio o Brasil.
Lula antecipou um pouco desse discurso na Cúpula do Futuro, no domingo (22), já dentro da semana de eventos das Nações Unidas em Nova York.
Os principais líderes mundiais, no entanto – incluindo Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido, que compõem o Conselho de Segurança da ONU –, não estavam por lá.
Na fala, Lula defendeu a agenda correta e fez os alertas necessários. Voltou a pregar a reforma da ONU e de outros órgãos multilaterais e alertou para o risco de fracasso coletivo mundial na agenda climática.
Os países com maior poder nas Nações Unidas não compareceram para ouvir. E resistem à agenda de mudanças estruturais, é claro, porque não querem abrir mão de sua posição atual.
Na terça, todos eles estarão na plateia. E Lula deve subir ainda mais o tom, aproveitando que terá mais tempo para discursar. No domingo, o som foi cortado após o presidente ultrapassar os 5 minutos previstos de fala.
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O que Lula vai dizer
Na Assembleia Geral, Lula vai lembrar que o combate à fome no mundo é uma agenda que interessa não só os países pobres, mas também os desenvolvidos – que sofrem com a migração e a crise dos refugiados.
Na agenda climática, vai destacar estudos apontando que o aquecimento global de 1,5 grau Celsius vai ser atingido mais cedo do que se previa, criando o risco de o mundo chegar ao ponto de não retorno.
E vai repetir que nada será feito enquanto os organismos multilaterais, como a ONU, continuarem nas mãos de poucos países.
Lula também deve citar dois personagens da política mundial, indiretamente: Elon Musk e Nicolás Maduro.
O brasileiro deve citar o agravamento da crise na Venezuela após as eleições ainda contestadas e sem um resultado claro. A posição brasileira chegou a ser elogiada no imediato pós-eleições, mas agora está sendo questionada.
Lula também vai cobrar que os países desenvolvidos pressionem as plataformas digitais em nome da defesa da democracia – fazendo uma referência indireta aos ataques do bilionário Elon Musk às instituições brasileiras, principalmente ao Supremo Tribunal Federal.
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