Antonio Sartori alerta para redução nas vendas de fundos em Chicago

Os fundos especulativos da Bolsa de Chicago reduziram  suas posições vendidas em soja, milho e trigo na última semana, em resposta à instabilidade climática, especialmente no Brasil. Segundo Antonio Sartori, diretor da Brasoja, o mercado está nervoso com a possibilidade de uma seca semelhante à registrada no ano passado, principalmente no Mato Grosso.

“Uma semana atrás, os fundos tinham uma posição vendida de 25,06 milhões de toneladas de soja. Na semana passada, compraram 3,02 milhões de toneladas, diminuindo a posição vendida”, explicou Sartori. “No milho, o movimento foi ainda mais forte: de uma posição vendida de 18,86 milhões de toneladas, os fundos compraram 7,37 milhões de toneladas em apenas uma semana. Agora, a posição vendida é de 11,49 milhões de toneladas”, detalhou.

Em relação ao trigo, a compra foi mais modesta. “Os fundos, que tinham uma posição vendida de 4,45 milhões de toneladas, adquiriram 748 mil toneladas, resultando em uma posição vendida atual de 3,7 milhões de toneladas”, acrescentou Sartori.

O cenário climático está no centro das atenções. “No nosso entendimento, a principal causa desse movimento é o clima nos Estados Unidos, que não está perfeito, mas, principalmente, o clima no Centro-Oeste brasileiro”, afirmou Sartori. Ele mencionou que a janela de plantio, que começou em 7 de setembro, ainda não tem condições adequadas devido à ausência de chuvas no curto prazo, o que se assemelha ao quadro enfrentado no ano passado, marcado por uma seca severa e grande quebra de produção.

Em uma análise geral, Sartori destacou que, no dia 1º de setembro, os fundos mantinham uma posição vendida de 49,37 milhões de toneladas entre soja, milho e trigo. “Em uma semana, eles compraram 12,13 milhões de toneladas, reduzindo a posição vendida para 37 milhões de toneladas”, finalizou.

Com o cenário climático incerto no Brasil e os mercados de olho no desempenho da safra norte-americana, as próximas semanas serão decisivas para as movimentações dos fundos na Bolsa de Chicago.



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