Agência diz que número de servidores em exercício atualmente é menor que no primeiro ano de existência da Anvisa, em 2000. Crítica de Lula é vista como injusta pela autarquia. Pilha de ofícios da Anvisa pedindo recomposição de equipes entre 2020 e 2023
g1
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária fez mais de 20 pedidos para recomposição do quadro de servidores da autarquia desde 2020.
A TV Globo teve acesso a 26 ofícios enviados pela Anvisa a órgãos como Ministério da Saúde, Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Ministério do Planejamento e Orçamento, Ministério da Fazenda e Casa Civil.
Entre os pedidos estão solicitações de audiências, de realização de concursos públicos e de melhorias nas carreiras do órgão.
Também estão registrados envios de informações pela autarquia para o governo de transição, ainda em 2022.
Segundo a Anvisa, em abril deste ano, eram 1.409 servidores em exercício.
Esse número menor do que em 2000, no primeiro ano de efetivo funcionamento da agência, quando contava com 1.619 servidores.
“A manutenção das atividades com o reduzido corpo técnico do qual dispõe a Agência no momento levará a um colapso em um curto espaço de tempo”, afirma trecho de um dos documentos enviados aos órgãos.
Em outro trecho, é apontada a necessidade da valorização dos servidores “para a continuidade da missão da Anvisa em proteger e promover a saúde pública no Brasil”.
Anvisa reage à cobrança de Lula: “número insuficiente de servidores”
Lula criticou suposta lentidão
Na semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez uma cobrança pública à Anvisa por mais celeridade na liberação do registro de remédios.
Durante cerimônia de inauguração de uma fábrica da EMS em Hortolândia (SP), o petista disse que a agência reguladora precisa “andar um pouco mais rápido”.
No mesmo dia, o diretor-presidente da Anvisa reagiu à cobrança do presidente Lula e afirmou em uma carta aberta que “o atual governo federal foi alertado que o número insuficiente de servidores traria impacto direto no cumprimento da missão da agência, desde o gabinete de transição”.
Em nota divulgada pelo Ministério da Saúde, no último sábado, a pasta afirma que “o governo federal tem ciência da situação em que encontrou a Anvisa em 2023 no início da gestão do presidente Lula” e “reconhece todo o trabalho e excelência da Anvisa”.
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