Greening e clima derrubam produção de laranja

O Rabobank publicou um novo relatório sobre o mercado de suco de laranja, com análise de Andrés Padilha, revelando que os preços globais do produto estão próximos de atingir níveis históricos. A safra 2024/25 enfrenta uma redução significativa de 24% em comparação com a anterior, o que agrava o desequilíbrio do mercado. Esse cenário é atribuído a uma série de fatores climáticos e fitossanitários que têm impactado o cinturão citrícola brasileiro, particularmente no estado de São Paulo, principal produtor de laranja do país.

As estimativas indicam que a produção para a safra 2024/25 deve alcançar 232,4 milhões de caixas, registrando o pior resultado dos últimos 35 anos para o estado de São Paulo. O clima seco e quente prejudicou o desenvolvimento das frutas, comprometendo ainda mais o rendimento da safra. Esses problemas climáticos continuam sendo uma preocupação para os produtores, uma vez que o prognóstico não sugere melhorias a curto prazo, o que reforça o cenário de incertezas no mercado global.

Outro fator de grande preocupação é o avanço da doença greening, que segue afetando o cinturão citrícola e limitando a possibilidade de safras maiores nos próximos anos. O greening é uma das principais ameaças à citricultura e seu controle tem sido um grande desafio. A propagação da doença tem contribuído significativamente para o desequilíbrio entre oferta e demanda no mercado de suco de laranja, dificultando a recuperação do setor.

Além das dificuldades na produção, o relatório do Rabobank aponta que a demanda global por suco de laranja continua em declínio, com uma retração prevista de 15% em volume. O suco concentrado deve sofrer uma queda mais expressiva, enquanto o suco NFC (não concentrado) tende a se manter mais estável. Essa mudança no comportamento de consumo reforça os desafios para o setor, que enfrenta não apenas os impactos da redução na oferta, mas também a queda na procura por suco de laranja.