A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) disse que vai acompanhar as investigações do Cenipa. Especialistas já apontam a possibilidade de estol — uma perda abrupta de sustentação — como uma das possíveis causas do acidente. Prefeitura de Vinhedo diz que não há sobreviventes na queda de avião
O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenippa) da Força Aérea Brasileira (FAB) iniciou uma entrevista coletiva em Brasília para falar sobre a queda de um avião em Vinhedo, no interior de São Paulo, ocorrida nesta sexta-feira (9).
Segundo a companhia aérea, VoePass, 61 pessoas estavam a bordo. Todas morreram.
“Tudo ainda é muito prematuro”, afirmou o brigadeiro Marcelo Moreno, chefe do Cenipa.
Ele explicou que as investigações vão apurar fatores humanos, ambientais e do equipamento para a queda.
“O que nós temos até agora é essa catástrofe desse evento. São os dados factuais. Importante deixar claro que tudo que nós temos nesse início da investigação, tudo é muito prematuro, até mesmo aquilo que nós poderemos ventilar neste momento, que porventura venha se concretizar no futuro, ainda é muito prematuro”, explicou o brigadeiro.
Marcelo Moreno informou que não há registro de que o avião tenha relatado situação de emergência para autoridades em solo.
“O que nós temos até agora é que não houve por parte da aeronave comunicação com os órgãos de controle de que haveria uma emergência. Por isso, mais uma vez, tudo é prematuro”, disse.
Luiz Ricardo de Souza, diretor da Anac, disse que o avião estava em condições regulares de documentação.
“A Voepass é uma empresa de transporte regular, não é uma empresa de táxi aéreo. A aeronave se encontrava em condições normais de aeronavegabilidade, como chamamos. Foi construída em 2010 e usada no Brasil em 2022. Nesse caso, está tudo de acordo previsto com a nossa regulamentação”, informou.
O acidente
O acidente envolveu uma aeronave modelo ATR-72-500 da Passaredo, que transportava 61 pessoas, incluindo 57 passageiros e quatro tripulantes. A aeronave, utilizada em rotas regionais, havia partido de Cascavel, no Paraná, com destino ao aeroporto de Guarulhos, em São Paulo.
O modelo ATR-72-500, fabricado pela empresa francesa ATR, é conhecido por ser um turboélice com capacidade para 74 passageiros, uma velocidade de cruzeiro de 511 km/h e uma autonomia de voo de 1.324 quilômetros.
O avião caiu na região do bairro Capela, próximo à rodovia Miguel Melhado de Campos (SP-324), por volta das 13h28, conforme informado pela Polícia Militar. Equipes de resgate foram enviadas ao local para avaliar a situação.
Especialistas já apontam a possibilidade de estol — uma perda abrupta de sustentação — como uma das possíveis causas do acidente. O centro da FAB deve fornecer mais detalhes e esclarecer dúvidas sobre o ocorrido durante a entrevista coletiva.
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) divulgou uma nota em que lamentou o acidente e em que diz que vai acompanhar as investigações do Cenipa.
“A Anac está monitorando a prestação do atendimento às vítimas e seus familiares pela empresa, bem como adotando as providências necessárias para averiguação da situação da aeronave e dos tripulantes. A Agência acompanha os desdobramentos das investigações do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa)”, afirmou a agência em nota.
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