O deputado estadual e presidente do Partido dos Trabalhadores de Mato Grosso (PT-MT), Valdir Barranco, detonou a postura de colegas de Parlamento, aos quais acusa de se deixarem influenciar pelo movimento feito pelo governador Mauro Mendes (União Brasil) para que a deputada Janaina Riva (MDB) não assumisse a primeira-secretaria da nova Mesa Diretora da Assembleia Legislativa (ALMT), para o biênio 20525/2026.
A nova composição foi eleita nesta quarta-feira (5), colocando o deputado Max Russi (PSB), como presidente do Parlamento no próximo ano e o Dr. João (MDB) como primeiro-secretário. Segundo o petista, certamente, houve um alinhamento do Executivo para com os deputados da base para a mudança de postura. Janaina contava com o apoio de 15 deputados, mas conforme crê Barranco, muitos temeram perder o pagamento de emendas e não quiseram bancar suas opiniões.
“O governador influenciou. Tenho certeza que várias vezes reuniu deputados, forçou, deve ter falado de emendas, de punições e nem todos os deputados são firmes de segurar o rojão. Eles, às vezes, titubeiam”, criticou.
Thais Fávaro/Rdnews
Para Barranco, a alteração na composição da Mesa, preterindo Janaina, é um claro exemplo de violência contra uma mulher, a única do Parlamento. Salientou ainda que já havia um acordo para que ela exercesse a função, mas, sob pressão, ela acabou retirando o nome.
“A gente vive em todos os espaços a violência doméstica, nas casas e, aqui na Assembeia, por um desejo do governador do estado e pelo acocoramento dos deputados diante do desejo para satisfazê-lo, de um acordo que estava sendo construído há 8 anos”, disparou.
Diante do cenário, o Partido dos Trabalhadores se retirou da composição da Mesa Diretora, mesmo em meio a pedidos de permanência. “Por mais que tenha ocorrido a insistência do deputado [Eduardo] Botelho, da Janaina para que nos mantivéssemos, mas depois da violência praticada contra a Janaina, única representante das mulheres, dos 24 deputados da Assembleia, não cabia o PT. O PT não concorda com isso”, completou.