A juíza Rhamice Ibrahim Ali Abdalla, da 1ª Vara Criminal de Rondonópolis (a 212 km de Cuiabá), converteu para preventiva a prisão do caminhoneiro R.N.S.P., que é suspeito de matar atropelada uma mulher trans, identificada como Indianara, na Rodovia dos Imigrantes, em Várzea Grande. A decisão é desta segunda-feira (05).
Em sua decisão, a magistrada entendeu que, pelo fato de o motorista não ter oferecido socorro à vítima e ter fugido para outra cidade, ele deve ser mantido preso enquanto a investigação continuar.
“Em consequência, não acato o pedido de liberdade provisória e converto a prisão em flagrante em prisão preventiva de R.N.S.P., qualificado nos autos, como forma de preservar a ordem pública, viabilizar a instrução criminal e salvaguardar a aplicação da lei penal”, diz trecho da decisão.
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Conforme já publicado pelo , a vítima, de 32 anos, foi atropelada na tarde sexta-feira (02). Ela estava apenas de roupas íntimas quando foi atropelada. Segundo o boletim de ocorrência, amigos da vítima informaram que, por volta das 6h, ela recebeu um telefonema de um cliente para fazer um programa. Por volta das 10h, testemunhas viram Indianara na cabine da carreta, e depois estava do lado de fora, correndo ao lado do veículo e batendo na lateral da cabine. Ela estava na Rodovia dos Imigrantes (BR-364), no bairro Novo Mundo.
Alguns metros na frente, o condutor da carreta teria feito um zigue-zague, a vítima caiu no chão e ele supostamente a atropelou. A vítima não resistiu e morreu no local. O caminhoneiro foragiu do local em seguida, sem prestar socorro.
Segundo o tenente coronel Silva Sá, a Agência Regional de Inteligência conseguiu identificar a localização exata do caminhão, que estava em Rondonópolis, e se deslocou até o endereço. “Ele foi encontrado na Rodoviária de Rondonópolis, já estava com passagem comprada para Goiânia e depois para a Bahia. Ou seja, ele já estava em um processo de fuga”, afirmou.
Outra constatação feita pela polícia foi de que a empresa em que o suspeito trabalhava já tinha conhecimento do atropelamento e não colaborou com a investigação. “Pelo contrário, nossa agência de inteligência foi igorada pela empresa, um flagrante de obstrução ao serviço policial”, afirmou.
A Polícia Civil irá investigar se o homicídio foi culposo ou doloso, com intenção se matar.
Outro lado
Em nota, a empresa para qual o caminhoneiro trabalha lamentou a morte de Indianara e disse que está colaborando com as autoridades policiais.
“A empresa externa o seu pesar e lamenta profundamente o ocorrido, ao mesmo tempo em que segue colaborando com presteza às solicitações da Polícia, para os esclarecimentos dos fatos o mais breve possível. A distribuidora reforça os seus valores, principalmente de respeito às pessoas e a segurança no trânsito”, diz a nota.