Desafios das MPMEs para obter acesso ao crédito

Setor de alimentos é um dos afetados



O setor alimentício enfrenta desafios no acesso ao crédito, prejudicando suas operações e crescimento
O setor alimentício enfrenta desafios no acesso ao crédito, prejudicando suas operações e crescimento – Foto: Pixabay

O crédito para PMEs no Brasil enfrenta grandes desafios. O país tem a quarta maior taxa de juros para empréstimos a essas empresas e os estabelecimentos comerciais podem enfrentar até 30 dias de atraso no recebimento de vendas com cartão de crédito, agravado quando os pagamentos são parcelados. Cerca de 91% das MPMEs têm dificuldade em acessar crédito, e 45% das empresas que vendem com cartão recorrem à antecipação de recebíveis como alternativa, segundo pesquisa do Sebrae.

“O Brasil e a Argentina são os únicos países do mundo que encontrei em minha pesquisa onde uma venda de cartão de crédito demora até 30 dias para ser liquidada. Isso criou um mercado de antecipação de cartões crédito dominado por poucos players, que oferecem um crédito caro e pouco eficiente”, explica Anderson Pereira, co-fundador e CEO da startup Kapitale.

Anderson Pereira, filho de um pequeno comerciante, conhece bem as dificuldades de empreender no Brasil, como lidar com impostos, funcionários e captar clientes. Apesar de não vir do mercado financeiro, ele decidiu se dedicar a apoiar médios e pequenos empreendedores após vivenciar essas dificuldades. Durante sua formação no MIT, lançou uma fintech com uma captação inicial de mais de R$ 5 milhões para apoiar o crescimento dos pequenos negócios.

O setor alimentício enfrenta desafios no acesso ao crédito, prejudicando suas operações e crescimento. A inflação também tem afetado o setor, com um aumento de 2,59% nos preços de alimentos e bebidas, segundo o IBGE, impactando negativamente os custos e operações.

“Eu sou do ramo de alimentação e não parcelo as vendas, mas mesmo assim aconselho principalmente para aquele empreendedor que não tem o hábito de antecipar. Acho que é muito viável receber o dinheiro rápido e não ter que esperar 30 dias. Com esse valor em caixa, conseguimos comprar insumo e matéria-prima que vão trazer um lucro muito maior do que a taxa paga pela antecipação e podemos usar esse dinheiro de forma inteligente para vender mais, gerir melhor o negócio e crescer de verdade”, afirma microempreendedor Daniel Dias, sócio do Bar e Restaurante Di Primeira, em São Paulo.
 



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