O projeto do novo radar meteorológico do Rio Grande do Sul está em fase de adaptação da estrutura onde será instalado. A previsão é que o equipamento entre em operação em agosto, localizado no Morro São João, em Montenegro, a 77 km de Porto Alegre.
Operado pela Climatempo, o radar é fundamental para a estratégia da Defesa Civil do estado, fornecendo dados essenciais para a emissão de alertas sobre eventos meteorológicos extremos.
Operação e funcionalidade
Quando entrar em funcionamento, o radar fornecerá informações de nowcasting (previsão de curto prazo, de 3 a 6 horas), com maior precisão em um raio de 150 km, abrangendo principalmente a Região Metropolitana de Porto Alegre.
“Com dados mais precisos, a Defesa Civil poderá emitir alertas sobre chuvas fortes, tempestades elétricas, granizo e ventos fortes”, afirma Cátia Valente, head de Projetos Governamentais da Climatempo.
A empresa, em parceria com a Meteopress, venceu a licitação estadual para instalar, operar e monitorar o radar, além de realizar sua manutenção pelos próximos cinco anos. O equipamento chegou ao Brasil em junho e, após a instalação, passará por um período de calibragem do software de análise.
O monitoramento será realizado a partir da sede da Defesa Civil do Rio Grande do Sul, com uma equipe de seis meteorologistas da Climatempo, que atuarão 24 horas por dia, sete dias por semana. Esses profissionais alimentarão os modelos meteorológicos que orientarão a emissão de avisos e alertas para a população.
Importância do radar
Este é o primeiro e maior projeto da Climatempo envolvendo todas as etapas de instalação e operação de um radar meteorológico de nowcasting para uma capital.
O equipamento é crucial para identificar, com precisão e antecedência, riscos de fenômenos meteorológicos extremos em Porto Alegre e na região metropolitana.
A Climatempo explica que a região Sul do Brasil é a porta de entrada para mudanças meteorológicas bruscas, como frentes frias, vórtices ciclônicos e massas de ar polar, que frequentemente colidem com massas de ar mais quentes.
O monitoramento climático na Região Metropolitana de Porto Alegre é essencial devido à sua suscetibilidade a tempestades severas e ventanias, que podem causar alagamentos, queda de árvores e deslizamentos de encostas.
Gestão de riscos e desastres
Segundo o coronel Luciano Chaves Boeira, coordenador estadual de Proteção e Defesa Civil, os desafios impostos por fenômenos extremos estão sendo enfrentados com medidas que envolvem diversos órgãos do poder público e a população.
“A ferramenta de prevenção, o monitoramento por radar, capacita significativamente a gestão de riscos e desastres no RS, entregando uma parte da resposta que a sociedade precisa e merece”, afirma Boeira.
Tecnologia e precisão
O novo radar meteorológico é de banda C, com componentes de hardware robustos e tecnologia avançada que utiliza modelagem numérica de nowcasting e inteligência artificial. “Teremos uma previsão meteorológica de curtíssimo prazo capaz de diminuir a área de observação em pixels de até 200m por 200m, aumentando a precisão e a eficiência na emissão dos alertas”, explica Cátia Valente.
A modelagem numérica atualmente usa dados de estações meteorológicas e hidrológicas que medem parâmetros atmosféricos e o nível dos rios da região. Com o radar em operação, esses dados serão integrados para aprimorar as previsões e a acuracidade dos resultados.