Avaliação é de que campanha de Boulos vai tentar “amadurecer” imagem do candidato junto ao eleitor, enquanto Nunes deve apostar na entrega de obras. O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) e o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB)
Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados; Reprodução/TV Globo
As campanhas do prefeito Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL) entram em nova fase esta semana, após divulgação de pesquisa Datafolha sobre a intenção de voto em São Paulo.
Aliados de Nunes, que vinham monitorando de muito perto o movimento de votos na direção de Pablo Marçal (PRTB) veem, agora, o ex-coach muito “perto do teto”.
“Ele vai fazer coisa de 14% [hoje aparece com 10% na pesquisa], porque vai, sim, atrair um eleitor radical do Bolsonaro. Mas o histrionismo também afasta”, avalia um dos auxiliares de Nunes, que busca a reeleição.
A campanha de Boulos, principal adversário do prefeito, segundo o Datafolha, faz avaliação semelhante. Vê a prévia da campanha oficial com a chamada “terceira via” estacionada, com Tabata Amaral (PSB), José Luiz Datena (PSDB) e Marçal sem conseguirem mudar significativamente qualquer cenário.
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O problema maior para Boulos está na simulação de segundo turno. Ele aparece dez pontos abaixo de Nunes, com 38% das intenções de votos. Na avaliação de especialistas, isso denota um teto também para Boulos – teto que, neste momento, seria impeditivo para a vitória.
Numa aposta para a nova fase, a campanha do psolista prepara filmetes para a internet e para a TV que tentam “amadurecer” o candidato.
Num desses, já exibido, um aluno de Boulos diz que conheceu o professor com preconceito, que esperava um arruaceiro, “invasor”, mas conheceu um intelectual dedicado a dados, ao estudo e à cidade.
A ideia é “encarar o preconceito contra Boulos” e tentar “furar a bolha” para alcançar um eleitor de centro, explorando a proximidade de Nunes com Jair Bolsonaro.
A campanha do prefeito, por óbvio, já mapeou essa estratégia. E acha que ela não vai vingar. Para o time de Nunes, ao fazer gestos ao centro, Boulos corre sério risco de desagradar a própria base, podendo, inclusive, erodir seus apoios.
A ideia do grupo que coordena o marketing de Nunes é “despolitizar” a campanha. A primeira fase do trabalho de apresentação do candidato à reeleição, disse um aliado, foi a de melhorar sua avaliação de governo, com a entrega de centenas de obras.
Feito isso, a tese é centrar a apresentação de Nunes como “gestor”. E manter a disposição de votos com base nisso, na aprovação do governo, não nas alianças com a centro-direita e Bolsonaro.
A pesquisa Datafolha entrevistou 1.092 pessoas de 16 anos ou mais presencialmente em São Paulo nos dias 2, 3 e 4 de julho. A margem de erros é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos. O levantamento foi encomendado pela Folha e foi registrado na Justiça Eleitoral sob o número SP-001178/2024.
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