Emanuel diz que Cuiabá foi “apunhalada pelas costas” com venda de vagões do VLT | …

O prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) classificou, nesta quinta-feira (20), o dia 19 de junho como a “data da traição” após Cuiabá ser, segundo ele, apunhalada pelas costas com a venda dos vagões do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) para o Governo da Bahia, por R$ 793,7 milhões, conforme anunciado pelo governo de Mato Grosso. O acordo entre os governos foi mediado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e só falta ser assinado em Brasília, em data a ser definida.

“Ontem, dia 19 de junho, foi o dia da traição, o dia em que Cuiabá foi apunhalada pelas costas quando os vagões foram vendidos para o Governo da Bahia, vagões em perfeito estado. Esses vagões são nossos, da população cuiabana, pagos pela população cuiabana, mantidos há mais de 10 anos [parados] e que deveriam estar operando, mas por incompetência ou falta de vontade politica não colocaram o VLT em operação”, analisou.

Nesta manhã, o governador Mauro Mendes (União) comemorou a venda dos vagões afirmando que foi uma “oportunidade que caiu do céu”. Mauro esclareceu que a venda foi um passo natural, já que o modal, que antes era o VLT, foi trocado pelo sistema de Ônibus de Trânsito Rápido (BRT, na sigla em inglês). As obras acontecem em Cuiabá Várzea Grande desde o ano passado. 

Luiz Alves/Secom-Cuiabá

Emanuel Pinheiro

Defensor ferrenho do VLT, Emanuel criticou a forma de pagamento dos vagões, uma vez que o valor será divido em quatro vezes, sendo o pagamento iniciado até o dia 31 de dezembro deste ano e na mesma data subsequente até 2027.

“A população cuiabana continuou mantendo ao longo desses mais de 10 anos, esses vagões todo o VLT intacto em perfeito estado de conservação, tanto é que a Bahia comprou e vai pagar em 4 anos ainda em suaves prestações. Aí eu pergunto: se serve para Salvador, que é uma grande capital, com cerca de 4 milhões de habitantes, por que que não serve para Cuiabá? Estava aqui, era nosso, a população cuiabana pagou”, lamentou.

O prefeito ressaltou que o sonho que nasceu na época da Copa do Mundo infelizmente foi enterrado agora com a venda dos vagões para o governo baiano. Para ele, a venda prova que ele tinha razão quando falava que os vagões estavam em ótimo estado e muito bem mantidos. “Até porque se não tivessem, acham que o governo baiano ia comprar?”, questionou.

Mesmo lamentando a venda, Emanuel assegurou que tem esperanças na implantação do VLT cuiabano, afirmando que está articulando para construir um debate dobre o modal.



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