Greve dos professores da UFMT atinge 25 mil alunos; entenda as reivindicações | …

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Greve dos professores da UFMT

A greve dos professores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), que começou nessa segunda (20) e segue por tempo indeterminado, atinge cerca de 25 mil estudantes universitários matriculados nos quatro campus: Cuiabá, Sinop, Araguaia e Várzea Grande. Atualmente, UFMT possui cerca de 1,8 mil docentes e disponibiliza mais de 100 cursos.

A greve foi aprovada na sexta-feira (17) e iniciou na tarde dessa segunda. Foram 216 votos a favor da paaralisação, 90 votos contra a deflagração de greve e três abstenções. Entre as reivindicações estão o reajuste salarial, recomposição do orçamento, mudanças em aposentadoria e a revogação de normas aprovadas pelos governos Temer e Bolsonaro que, segundo a categoria, prejudicam os servidores e a educação federal.

Entenda as pautas:

Reajuste salarial

A categoria defende o índice de 22,71% para recomposição salarial nos próximos três anos, da seguinte forma:

– 7,06% de reajuste em 2024;

– 9% de reajuste em janeiro de 2025;

– 5,16% de reajuste em maio de 2026.

Além disso, os professores reivindicam que, até o ano de 2026, sejam equiparados os benefícios (auxílio alimentação, saúde e creche) entre os servidores dos três Poderes da República, garantindo a isonomia.

“Da mesma forma, demandamos que o Governo assuma o compromisso de considerar as perdas históricas da categoria para futuras negociações”, disse o diretor geral da Associação dos Docentes da UFMT (Adufmat), Maelison Silva Neves, em ofício enviado ao reitor da universidade, Evandro Soares.

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Recomposição dos orçamentos

Os docentes pedem também os investimentos de verbas de uso discricionário de 2016 com as devidas correções inflacionárias, garantindo investimentos em infraestrutura, permanência estudantil, bolsas de ensino, pesquisa e extensão e outras condições indispensáveis à qualidade do trabalho e de estudo.

Carreira

O movimento propõe reestruturação da carreira a partir dos pontos unificados com o Sinasefe e nega a contra proposta do Governo Federal de majoração em 0,5% dos “steps” C2 a C4, D2 a D4, pois ela incidiria apenas sobre uma parcela da categoria. Segundo a Adufmat, os docentes evitam aumentar ainda mais as distorções entre o piso e o topo da carreira hoje estabelecida.

“Compreendemos que a majoração dos steps, pura e tão somente, gera mais distorções do que soluções à carreira, haja vista que incide em desenho de carreira distorcida e que merece reorganização estrutural; e avaliando que a questão de carreira comporta reflexões e acúmulos de maior fôlego, projetando assim uma agenda de debates mais extensa sobre a matéria” , diz ofício.

Aposentadoria

A categoria defende, ainda, a necessidade de construir, na mesa de negociação junto ao Governo Lula (PT), alternativas para compensação dos valores do auxílio alimentação dos aposentados, que perdem esse valor no ato da aposentadoria.

Revogaço

Ele pedem também a revogação de normas aprovadas pelos governos Temer e Bolsonaro que estariam prejudicando os servidores e a educação federal, como IN 66/2022, que limita promoções e progressões funcionais de docentes; e a Portaria no 983/2020, do MEC, estabelecendo a carga horária de aulas em um mínimo de 14 horas para docentes em regime integral e 10 horas para regime parcial.

Greve dos técnicos

A greve dos docentes se soma à paralisação dos técnicos administrativos da UFMT, que estão de braços cruzados desde o dia 14 de março. A classe aderiu ao movimento nacional e reivindica, entre outros itens, reestruturação do plano de cargos e carreira, revogação da IN/2023 – que impede o direito à greve 0 e fim da lista tríplice para eleições à Reitoria. Os setores da universidade têm sido mantidos com 30% de funcionamento. 



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