O deputado estadual Júlio Campos (União Brasil) saiu em defesa do confisco de terras do fazendeiro Claudecy Oliveira Lemes, caso ele não efetue o pagamento de R$ 2,9 bilhões em multas e mais R$ 2,5 bilhões para recuperar 80 mil hectares de áreas preservadas no Pantanal, em Barão de Melgaço (a 109 km de Cuiabá).
O produtor é acusado de ter gastado R$ 25 milhões para pulverizar uns 25 tipos de agrotóxicos, um deles tem a substância 24D, a mesma presente em um veneno chamado “agente laranja”, usado pelos Estados Unidos na Guerra contra o Vietnã.
“Se não pagar, tem que tomar a propriedade dele. Ele perde a propriedade para o Estado. Por que toda fez que eu sou acionado pela Secretaria de Fazenda para pagar multa de trânsito, se não pagar, meu nome é sujo, perco meu patrimônio e vai a leilão?”, pontuou o parlamentar.
Rodinei Crescêncio/RDNews
O crime foi divulgado no domingo (14), no Programa Fantástico, da Rede Globo. O objetivo do fazendeiro, conforme a apuração do Ministério Público Estadual e da Polícia Civil, seria aniquiliar a vegetação mais alta, fazendo um desfolhamento químico por pulveraziação. Em seguida, era realizado a plantação de capim, para a formação de áreas de pastagem para o gado.
Na avaliação de Júlio, o Estado não pode ficar inerte diante da situação tão alarmante: “Por que um cidadão que destruiu e assassinou 80 mil hectares do Pantanal mato-grossense, acabando com fauna e flora [pode ficar impune?] Não é possível que o Governo do Estado não tenha condição de realmente punir”.
Atualmente, a área já está sob intervenção do Governo do Estado, bem como foram cumpridas ordens judiciais de arresto, sequestro e indisponibilidade de bens referente ao desmate químico. Além disso, a prisão do fazendeiro, que é reincidente em crimes ambientais, foi solicitada, mas acabou sendo rejeitada pela Justiça.