Complexo planejado pelo CV ocuparia 10 lotes residenciais em bairro de Cuiabá | …

As investigações da Operação Apito Final, deflagrada nessa terça-feira (2), pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), da Polícia Civil, identificaram um projeto audacioso de Paulo Witer Farias Paelo, principal alvo da Operação e identificado como um um dos líderes do Comando Vermelho, que atuava em Cuiabá para a lavagem de dinheiro oriundo do tráfico de drogas. Conhecido como W.T., ele foi preso na sexta-feira (29), em Maceió (AL).

Conforme as investigações, Paulo Witer é proprietário de um time de futebol amador, o Amigos WT, e teria iniciado a construção de um complexo esportivo no Bairro Jardim Umuarama, o qual se chamaria Arena Vip Cuiabá. O espaço ocuparia 10 lotes residenciais e envolveria a construção de dois campos de futebol, academia, lojas e lanchonetes.

Reprodução

vista a�rea arena vip

De acordo com os delegados Gustavo Belão e Rafael Scatolon, que chefiaram as investigações da GCCO, a construção do complexo segue o “modus operandi” de Paulo Witer e da organização, que buscariam investir em imóveis e veículos para esconder o dinheiro ilícito da facção. 

“A principal fonte de renda desse grupo era o tráfico de drogas. Os valores obtidos, eles inseriam no mercado com a aquisição de bens móveis e imóveis, como apartamentos e terrenos, ficando clara a prática de lavagem de dinheiro”, afirmou o delegado Rafael Scatolon. 

Conforme os delegados, a construção da Arena Vip também teria sido financiada com o dinheiro do tráfico e tinha o objetivo de dar aparência lícita aos valores obtidos pela organização.

“Além disso, o WT é um amante do futebol, então ele queria esbanjar seu poderio financeiro construindo essa arena e fazendo ali, talvez, escolinhas de futebol, para continuar lavando o dinheiro”, observou o delegado Gustavo Belão.

PJC

Opera��o Apito Final

O projeto da Arena Vip Cuiabá era um dos empreendimentos que tinham outro alvo, Andrew Nickolas Marques dos Santos, como suposto “testa de ferro”. Conforme a GCCO, Andrew seria uma peça fundamental para a organização criminosa chefiada por Paulo Witer, figurando supostamente como um dos responsáveis pela compra e venda de imóveis e veículos para mascarar a movimentação do dinheiro do WT.

As investigações também apontaram que o grupo criminoso de WT atuaria fortemente no Bairro Jardim Florianópolis, onde o investigado possui diversos imóveis em nome de terceiros e realiza ações de assistencialismo, com a entrega de cestas básicas para as famílias, brinquedos e ovos de páscoa para as crianças.

“A prática de assistencialismo, que já se tornou uma forma de atuação das facções, é muito prejudicial para a sociedade, porque, enquanto passa a sensação de que os criminosos cuidam da população mais desassistida, aproxima as nossas crianças do tráfico de drogas e desse meio que é extremamente violento”, ressaltou o delegado Gustavo Belão.

A distribuição das cestas básicas seria organizada por outros membros do grupo criminoso e destinada às famílias mais carentes ou com familiares presos. Em uma das entregas, conforme a PJC, o grupo movimentou cerca de R$ 42 mil apenas com a compra de sacolões. 

Investigação

A Operação Apito Final teve como principal alvo Paulo Witer Farias Paello, conhecido como W.T., e apontado como tesoureiro do Comando Vermelho em Cuiabá. Ainda segundo as investigações, a principal fonte do dinheiro seria o tráfico de drogas.

W.T. foi preso pela GCCO na sexta-feira (29), em Maceió (AL), enquanto acompanhava o time em um torneio de futebol na cidade. Além dele, o atacante Alex Junior Santos de Alencar, vulgo “Soldado”, também foi detido, apontado como suposto “homem de confiança” de W.T.

Até o momento, 20 pessoas foram presas e diversos veículos, como SUV Jaguar E-Pace 250, avaliada em mais de R$ 444 mil, uma caminhonete Toyota Hilux, um jet ski, várias armas e dinheiro em espécie foram apreendidos pela polícia.

Ao todo, foram emitidos 25 mandados de prisão e 29 de buscas e apreensão, além da indisponibilidade de 33 imóveis, sequestro de 45 veículos e bloqueio de 25 contas bancárias dos alvos investigados.



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