Like não é voto: o papel das redes sociais nas eleições | …

Rodinei Crescêncio/Rdnews

Mariana Bonjour arte interna coluna vale esta

Vivemos em uma era digital, onde a presença online se tornou uma parte essencial da vida cotidiana. As redes sociais desempenham um papel significativo na maneira como nos conectamos, compartilhamos informações e expressamos nossas opiniões. Isso não é diferente quando se trata de política e eleições. No entanto, é fundamental lembrar que um “like” ou um “compartilhamento” nas redes sociais não equivalem a um voto real.

Nas últimas décadas, as redes sociais transformaram a paisagem política, proporcionando um espaço para candidatos e eleitores interagirem de maneiras sem precedentes. Campanhas eleitorais agora investem em estratégias de mídia social para alcançar um público mais amplo e engajar eleitores em discussões políticas. Os eleitores, por sua vez, têm a oportunidade de aprender sobre candidatos, suas plataformas e até mesmo expressar seu apoio online.

No entanto, é importante reconhecer as limitações das redes sociais como um indicador de apoio eleitoral. Aqui estão algumas razões pelas quais um “like” não deve ser confundido com um voto:

 

1. Ativismo de Sofá: Muitos usuários de redes sociais são adeptos do “ativismo de sofá”, onde expressam apoio a uma causa ou candidato com um clique, mas não se envolvem ativamente na política ou votam nas eleições. O simples fato de alguém seguir um candidato ou compartilhar uma postagem não garante que essa pessoa comparecerá às urnas.

2. Bolhas de Filtro: As redes sociais tendem a criar bolhas de filtro, onde os usuários veem principalmente conteúdo que confirma suas próprias crenças. Isso pode distorcer a percepção do apoio popular a um candidato, já que as redes sociais podem superestimar o apoio dentro de um grupo específico.

3. Desinformação e Manipulação: As redes sociais também são propensas à disseminação de desinformação e à manipulação por parte de atores mal-intencionados. A popularidade de uma postagem ou candidato nas redes sociais nem sempre reflete a realidade.

4.  Intenção vs. Ação: Uma pessoa pode “curtir” ou compartilhar uma postagem política para expressar sua opinião, mas isso não garante que ela votará naquela pessoa no dia da eleição.

 

Além disso, é importante destacar que nem sempre alguém que tem engajamento e muitos seguidores tem credibilidade política. Os eleitores podem até gostar de uma pessoa, mas isso não significa necessariamente que eles votariam nela. A credibilidade política envolve uma compreensão sólida das questões políticas, uma plataforma substancial e uma história de comprometimento com a comunidade.

Em resumo, embora as redes sociais desempenhem um papel importante na conscientização e no engajamento político, é crucial não confundir o ativismo online com o processo real de votação. Afinal, nas eleições, “like” não é voto, e é nas urnas que o futuro político é decidido.

Mariana Bonjour é advogada e consultora política. Escreve com exclusividade para esta coluna às sextas-feiras



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