O juiz Jean Garcia de Freitas Bezerra, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, negou a revogação da prisão preventiva de Thaisa Souza Rabelo, conhecida como a “primeira-dama” do crime em Mato Grosso e esposa de Sandro da Silva Rabelo, o “Sandro Louco”, considerado o principal líder do Comando Vermelho no Estado.
A decisão foi publicada nesta segunda-feira (29) e também nega o pedido de autorização para Thaisa frequentar culto religioso dos dias de segunda, quarta e sexta-feira, das 18:30h às 22:30h.
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De acordo com o magistrado, a prisão domiciliar como medida cautelar segue restrições do cárcere previstas na prisão preventiva, portanto “deve observar os mesmos regramentos, com as devidas adaptações para segregação dentro da residência”, descreve trecho do documento.
“Há de se recordar que, caso a acusada estivesse recolhida estabelecimento prisional, não poderia frequentar os cultos religiosos pretendidos, ou seja, de forma externa, mas, somente, os realizados no interior do cárcere. Ademais, esse fator não a impede de participar dos cultos de sua religião, já que hoje em dia há outras formas de assim fazer. Por exemplo, há como participar de forma virtual, o que milhares de pessoas fizeram durante a pandemia e ainda fazem”, salienta.
Porém, na mesma decisão, o magistrado atendeu a um outro pedido da defesa e autorizou Thaisa a levar seus filhos diariamente ao colégio, mediante apresentação do endereço e sob monitoramento.
“No que atine ao pedido de autorização formulado por Thaisa com a finalidade de levar seus filhos diariamente ao colégio, autorizo, sob a condição, no entanto, de que a defesa informe nos autos os endereços das escolas, para fins de acompanhamento através do sistema de monitoramento eletrônico”, determinou o juiz.
Primeira-dama do crime
Thaisa foi presa dentro do condomínio de luxo Florais da Mata, em Várzea Grande, durante ação da Operação Ativo Oculto deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), com o apoio da Polícia Civil e da Polícia Militar.
As investigações apontam que a primeira-dama do CV é responsável pela “atuação social” da organização criminosa. Dentre elas, a entrega de cestas básicas a comunidades locais e familiares de presos faccionados, no intuito de fomentar a arregimentação de membros e sua fidelidade.
Atualmente, Thaisa cumpre prisão preventiva em cárcere domiciliar, monitorada por tornozeleira eletrônica e está proibida de manter contato com outros investigados na operação.