Tribunal do Paquistão condena ex-primeiro-ministro Imran Khan a mais 10 anos de prisão


O tribunal considerou Khan culpado de tornar público o conteúdo de um telegrama secreto enviado pelo embaixador do Paquistão em Washington ao governo em Islamabad, disse seu partido Paquistão Tehreek-e-Insaf (PTI).
O ex-premiê do Paquiestão Imran Khan durante uma entrevista em Lahore, no Paquistão, em novembro de 2022.
K.M. Chaudhry/ AP
Um tribunal do Paquistão condenou Imran Khan a 10 anos de prisão nesta terça-feira (30) por vazar segredos de Estado, disse seu partido. Essa é a sentença mais dura contra o ex-primeiro-ministro até agora — a decisão foi tomada 10 dias antes da eleição.
O tribunal considerou Khan culpado de tornar público o conteúdo de um telegrama secreto enviado pelo embaixador do Paquistão em Washington ao governo em Islamabad, disse seu partido Paquistão Tehreek-e-Insaf (PTI). O ex-ministro das Relações Exteriores Shah Mehmood Qureshi também foi condenado a 10 anos no mesmo caso.
A pena de prisão é a segunda condenação de Khan nos últimos meses e a decisão determina que o popular ex-primeiro-ministro continue na prisão e fora dos holofotes, antes das eleições gerais da próxima semana. O tribunal deverá emitir seu veredicto por escrito mais tarde.
O PTI disse que contestaria a decisão. “Não aceitamos esta decisão ilegal”, postou o advogado de Khan, Naeem Panjutha, na plataforma de mídia social X, antigo Twitter.
O assessor de Khan, Zulfikar Bukhari, disse à Reuters que a equipe jurídica não teve chance de representar o ex-primeiro-ministro ou conversar com testemunhas, acrescentando que o processo foi realizado na prisão.
Ele classificou a condenação como uma tentativa de enfraquecer o apoio a Khan. “As pessoas agora vão garantir que vão votar em maior número”, disse ele à Reuters.
Khan foi condenado a três anos em um caso de corrupção. A determinação já o havia excluído das eleições gerais da próxima semana.
Ex-primeiro ministro do Paquistão é condenado a 3 anos de prisão por corrupção
No entanto, a equipa jurídica de Khan esperava libertá-lo da prisão, onde está desde agosto do ano passado, mas a última condenação significa que isso é improvável, mesmo que as acusações sejam contestadas num tribunal superior.
Khan tem lutado contra dezenas de casos desde que foi deposto do poder num voto parlamentar em 2022.
Khan diz que o telegrama prova uma conspiração dos militares paquistaneses e do governo dos EUA para derrubar seu governo em 2022, depois que ele visitou Moscou pouco antes da invasão da Ucrânia pela Rússia.
Washington e os militares do Paquistão negam as acusações.
O primeiro-ministro paquistanês deposto Imran Khan durante comício com apoiadores em Lahore, capital do Paquistão
Mohsin Raza/Reuters
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