Rodinei Crescêncio
As reservas indígenas desempenham um papel crucial no estado de Mato Grosso, e sua importância abrange diversas dimensões, incluindo a preservação da cultura e dos modos de vida das comunidades indígenas, a conservação da biodiversidade e a promoção do turismo sustentável. Vou destacar a importância dessas reservas, focando no exemplo da tribo Wazare, da etnia Parecis.
As reservas indígenas são, por exemplo, espaços onde as comunidades nativas podem manter e transmitir suas tradições, línguas e modos de vida ancestrais, para os Parecis, como os Wazare, por exemplo, essas reservas são fundamentais para preservar sua cultura, sua história e seus rituais, o que contribui para a diversidade cultural do estado e do país como um todo.
“Estado de Mato Grosso pode estabelecer parcerias com as comunidades indígenas para o desenvolvimento de projetos sustentáveis, como o manejo florestal, a produção de artesanato e a criação de trilhas ecológicas”
Ademais, muitas reservas indígenas, incluindo aquelas habitadas pelos Parecis, estão localizadas em áreas de grande relevância para a conservação da biodiversidade, e os conhecimentos tradicionais das comunidades indígenas sobre a fauna, a flora e os recursos naturais são valiosos para a proteção do meio ambiente, desta forma, a manutenção dessas reservas contribui para a preservação de ecossistemas importantes, como a Floresta Amazônica.
O turismo nas reservas indígenas também pode ser uma fonte de benefícios econômicos para o estado de Mato Grosso, no caso dos Parecis, as tradições culturais, artesanato, culinária e danças podem atrair turistas interessados em conhecer a rica herança cultural dessa etnia de forma que o turismo nessas reservas pode ser uma fonte de renda para as comunidades locais, promovendo o desenvolvimento econômico e a geração de empregos.
As reservas indígenas também podem servir como locais de educação intercultural, onde visitantes podem aprender sobre a história, a cultura e as práticas tradicionais das comunidades indígenas, o que promove a compreensão mútua e o respeito pela diversidade cultural, contribuindo para a construção de uma sociedade mais inclusiva e tolerante.
Ainda, o estado de Mato Grosso pode estabelecer parcerias com as comunidades indígenas para o desenvolvimento de projetos sustentáveis, como o manejo florestal, a produção de artesanato e a criação de trilhas ecológicas, essas parcerias podem beneficiar tanto as comunidades indígenas quanto o estado, promovendo o desenvolvimento econômico e a conservação ambiental.
No caso específico dos Wazare e de outras comunidades Parecis, a promoção do turismo sustentável em suas reservas pode ser uma maneira eficaz de preservar sua cultura, gerar renda e contribuir para o desenvolvimento regional. No entanto, é crucial que qualquer atividade turística seja conduzida de forma responsável e em estreita colaboração com as comunidades indígenas, respeitando suas tradições e valores, e garantindo que os benefícios sejam distribuídos de maneira justa e equitativa. O estado tem muito o que se beneficiar, de forma sustentável e respeitável, das culturas e conhecimentos indígenas, dos quais Mato Grosso é riquíssimo.
Escrito com Sara Nadur Ribeiro
Maurício Munhoz Ferraz é sociólogo, atual superintendente federal de Agricultura e Pecuária no Estado de Mato Grosso, ocupou o cargo de secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação de Mato Grosso em 2022. Atuou recentemente também como consultor, diretor de pesquisas da Fecomércio-MT e professor de economia da Unemat. Tem mestrado em sociologia, é vice-presidente da Câmara de Comércio Brasil-Rússia, membro do projeto governança metropolitana do Instituto de Pesquisa Economia Aplicada do Governo Federal (IPEA), vencedor do Prêmio Celso Furtado de economia e escreve nesta coluna com exclusividade aos sábados. E-mail: mauriciomunhozferraz@yahoo.com.br